
No dia 12 de março, abre na 18, a exposição individual “Tudo isso para nada” do artista André Felipe com curadoria de Eduardo Saretta. Com mais de quarenta obras, a mostra provoca um diálogo entre a forma e o significado ao conduzir uma investigação visual entre desig n gráfico, arte conceitual e abstração.
Utilizando recortes horizontais e cores chapadas sobre o papel, André cria um contraste entre a materialidade do suporte e a imaterialidade do digital. Composto por cortes, deslocamentos e tipog rafia, seu vocabulário visual é um meio de comunicação desconstruído, no qual o artista busca encontrar e questionar a essência do fazer artístico.
André apropria-se parcialmente das características e temáticas comuns do design, como elementos de publicidade e cultura de massa. A intersecção do desig n e da arte abre um diálogo a respeito da prática construtiva sem moralismo, contrapondo as linguagens e ideologias para esquivar-se de qualquer narrativa, tornando a obra entidade autônoma.
O artista desconstrói os clichês da cultura visual ao apresentá-los de forma mais abstrata, retirando seus elementos do contexto original, de modo a gerar reflexões e desconfortos no espectador possibilitando que as obras se desprendam de suas funções originais, tanto do Iado da arte quanto do design, ressignificando seu propósito para serem veículos de comunicação, de ironia e crítica social.
A mostra “Tudo isso para nada” procura explorar a questão da união da arte e do design, estabelecendo um diálogo crítico que ultrapassa as fronteiras da imagem e seus métodos de comunicação.
SERVIÇO
Local: Rua Simpatia 23, Vila Madalena —São Paulo/SP Vernissage: 12/03/2025, 19h00 as 22h00
Periodo: 12/03 a 12/04 de 2025 Visitação: Terça a Sexta I10h às19h.
Sábado |10h às 18h ENTRADA GRATUITA
Sobre o artista
André Felipe, natural de São Paulo, é formado em Arquitetura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, nunca tendo exercido sua profissão de formação, atuando a mais de 30 anos na área de design gráfico e direção de arte publicitária.
Seu fascínio pelas artes visuais nasce em sua adolescência, através das capas de discos e livros de arte, que o ajudaram a apurar seu olhar voltado para composições através de uma estética própria. Já formado, André Felipe recebeu um desafio ao mostrar seus desenhos arquitetônicos para uma construtora: criar um panfleto para um empreendimento imobiliário. Esse foi o evento que o levou ao design e a publicidade onde aprofundou seu olhar gráfico e suas técnicas de comunicação visual.
Com o trabalho ancorado em sua experiência e conhecimento técnico sobre como a sociedade lida com signos amplamente conhecidos, fruto do conhecimento de mais de 30 anos no meio da comunicação, através do seu deslocamento, carregado de ironia, esta, parte da personalidade do artista, propõe discutir como lidamos com algo fora de Iugar e como reagimos a isso.
Sua pesquisa artística baseia-se sempre em incômodos que sente em relação ao que acontece ao seu redor, abusando de seu refinado repertório técnico e visual, com diversas críticas a sociedade contemporânea, através de referências comuns a todos, sem se ater a nenhuma temática especifica ou linha de trabalho pré-determinada.
Profundamente inspirado na arte do pós-guerra e no nascer da arte contemporânea, do pop ao minimalismo e arte conceitual, o artista possui um amplo leque de referências. Desde a simplificação da forma e incorporação de características dos meios de comunicação de Ed Ruscha, às formas geométricas inspiradas nas esculturas de Richard Serra, até as cores vibrantes, repetição e representação de objetos ordinários de Andy Warhol.
Sobre a 18
A 18 é uma galeria de arte contemporânea com uma seleção de artistas renomados e em ascensão, de diferentes vertentes, estilos e suportes.
Desde seu início, preocupa-se em criar e expandir relações dentro do mundo da arte, seja com os artistas, clientes ou espectadores, que encontram na 18 um ambiente receptivo, diferente da hostilidade hermética vista em outras galerias.
Seu time, com diversos artistas representados, oferece vários tipos de experimentações resultando em uma pluralidade visual e cultural que poucos locais possuem.