
A busca pela virada exclusiva inflacionou o mercado de temporada de verão de norte a sul do Brasil. Enquanto mansões em Alagoas e coberturas em Santa Catarina atingem valores de um carro popular por dia, a escassez de ofertas se torna isca para fraudes digitais sofisticadas. Instituto Brasileiro de Educação Profissional (IBREP) alerta como se prevenir .
O mercado de aluguel de temporada para o Réveillon 2025/2026 desenha um cenário de extremos. Devido a alta do dólar, que retém o turista brasileiro classe A no país, e pelo recorde de visitantes estrangeiros, o setor vive uma inflação sem precedentes nos destinos de luxo. O que antes era uma exclusividade de ilhas privadas ou destinos internacionais agora é realidade pelo litoral brasileiro: diárias que partem de R$ 4 mil em imóveis padrão e superam os R$ 40 mil em propriedades de ultraluxo.
Se Florianópolis, em Santa Catarina, aparece na vice-liderança dos destinos mais cobiçados segundo a Booking.com, com diárias de até R$ 30 mil na Praia do Campeche, o fenômeno se repete também com força no Nordeste e em outras praças do Sul. Em São Miguel dos Milagres (AL), mansões “pé na areia” na Praia do Marceneiro estão sendo locadas por R$ 40 mil a diária na semana da virada, valor impulsionado pela privacidade absoluta e serviços de hotelaria inclusos. Já em Balneário Camboriú (SC), a verticalização do luxo cobra o seu preço: coberturas em arranha céus de luxo atingem patamares similares.
Com a ocupação hoteleira prevista para ultrapassar 95% em destinos que incluem capitais como Fortaleza, e chegar a 88% em Fernando de Noronha, o imóvel de temporada ganha protagonismo para quem decide viajar na última hora, explica o CEO do IBREP (Instituto Brasileiro de Educação Profissional), Diogo Martins.
“No Réveillon 2026, o que está em jogo não é só metragem ou número de quartos. A oferta de imóveis realmente premium, com vista privilegiada, área de lazer completa e estrutura de resort, é muito menor do que a quantidade de pessoas dispostas a pagar por essa experiência em poucos dias do ano”, analisa.
Ele complementa que a equação se agrava com o fator internacional: “Quando você soma a escassez ao aumento de turistas estrangeiros, que injetaram bilhões na economia este ano e a um período curtíssimo e concorrido, é natural que as diárias alcancem valores que parecem irreais para a média do mercado, mas que encontram pagadores”, afirma.
O “efeito colateral”: os golpes
A euforia do mercado criou um terreno fértil para práticas ilegais. Autoridades policiais do Paraná, São Paulo e Santa Catarina emitiram alertas coordenados sobre a sofisticação dos estelionatos neste fim de ano. “O golpe não é mais apenas um anúncio malfeito; agora, criminosos clonam perfis de corretores reais e criam “imobiliárias fantasmas” para dar veracidade à fraude”, alerta Diogo.
“Como os valores sobem e a procura explode, os golpistas encontram um terreno fértil. Perfis falsos, anúncios clonados (copiados de sites legítimos) e ofertas muito abaixo da média são iscas clássicas. Além disso, é preciso atenção total com supostos proprietários que pressionam para concluir a negociação fora das plataformas oficiais, alegando ‘taxas menores’. Em muitos casos, essas pessoas oferecem imóveis que não existem ou que não lhes pertencem.”
A tática da “falsa urgência” tem sido a principal arma dos golpistas: eles alegam que há outro casal interessado transferindo o sinal naquele momento, forçando a vítima a agir por impulso emocional. “Infelizmente, muitas vezes o comprador só descobre o golpe ao chegar ao endereço com as malas e encontrar a casa ocupada pelos verdadeiros donos”, relata Martins.
Como blindar as férias contra fraudes
Para quem ainda busca acomodação para a virada, a orientação dos especialistas é o ceticismo sistemático. O IBREP além de órgãos de defesa do consumidor, elenca os protocolos essenciais:
Credenciamento: “A orientação é fechar negócio apenas com corretores de imóveis credenciados no CRECI e com imobiliárias reconhecidas”, reforça Martins. O registro profissional é garantia de que há uma pessoa física ou jurídica responsável pela transação.
A “Prova” do imóvel: Exija uma videochamada de dentro do imóvel. Golpistas que apenas clonaram fotos da internet provavelmente não conseguirão realizar essa etapa.
Desconfie do “preço de amigo”: Em um mercado onde a diária média de luxo supera R$ 4 mil, ofertas de casas espetaculares por valores irrisórios são estatisticamente fraudes.
Rastro financeiro: Evite pagamentos via Pix para contas de pessoas físicas desconhecidas (CPFs que não batem com o nome do proprietário). Prefira transações via cartão de crédito ou plataformas que retêm o valor até o check-in.
Sobre o IBREP
Fundado em 2006, o Instituto Brasileiro de Educação Profissional (IBREP) é referência nacional na formação de corretores de imóveis. Presente em mais de 40 polos em todo o país, o instituto já capacitou milhares de profissionais para atuar no setor imobiliário, priorizando a qualificação e o desenvolvimento contínuo.
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