Responsável por 60% do pescado consumido no país, a prática milenar sustenta milhões de brasileiros, fortalece economias locais e contribui para a segurança alimentar com impacto ambiental reduzido

 

A pesca artesanal, prática centenária nas comunidades costeiras brasileiras, é essencial para a segurança alimentar, geração de renda e preservação ambiental no país. Em um estudo apoiado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO/ONU), intitulado “Iluminando as Capturas Ocultas – ICO/A Pesca Artesanal Costeira no Brasil”, estima-se que essa atividade é responsável por aproximadamente 60% do pescado consumido no Brasil, sustentando diretamente um milhão de pescadores e gerando empregos indiretos para cerca de três milhões de pessoas.

 

No Brasil, a pesca artesanal desempenha um papel fundamental na economia das comunidades litorâneas, sendo uma das principais fontes de renda familiar nessas regiões. Segundo dados do Instituto de Pesca (IP-APTA), essa atividade em pequena escala garante uma fonte de subsistência para um número expressivo de brasileiros, o que ajuda a mitigar a pobreza e promover a inclusão. Isso fortalece a economia local, ao mesmo tempo em que preserva a cultura e o modo de vida de comunidades tradicionais, frequentemente negligenciadas pelos setores de maior escala da pesca industrial.

 

Além da relevância econômica e social, destaca-se também o impacto ambiental reduzido da pesca artesanal em comparação à pesca industrial. As técnicas tradicionais utilizadas na pesca artesanal são menos invasivas, diminuindo a captura acidental de espécies não-alvo e evitando a “pesca fantasma”, prática associada à pesca industrial que contribui significativamente para o desequilíbrio dos ecossistemas marinhos. Em contraste, a pesca artesanal promove o manejo sustentável dos recursos – essencial para a preservação da biodiversidade nos oceanos.

 

“A pesca artesanal não é apenas uma forma de subsistência; é uma cultura e uma maneira sustentável de se relacionar com o mar. Precisamos defender e incentivar essa prática, que alimenta milhões de brasileiros com responsabilidade e respeito aos nossos ecossistemas,” afirma Samara Oliveira, oceanógrafa e gestora comercial e de marketing da Marulho. “É preciso entender a necessidade de políticas públicas e apoio governamental para garantir a continuidade dessa atividade sustentável e seu papel no abastecimento alimentar”.

 

A pesca artesanal tem um peso relevante na economia nacional e contribui para uma cadeia produtiva mais equilibrada. Em um cenário de crescente urbanização e comercialização, preservar essa prática se torna crucial para um modelo de desenvolvimento sustentável que respeite as características culturais e ambientais do Brasil, como comenta Oliveira.

 

“O apoio à pesca artesanal representa um compromisso do país com a sobrevivência, tanto humana quanto ambiental. É uma forma de promover um futuro em que o desenvolvimento econômico e a preservação caminhem lado a lado, beneficiando todas as gerações e, em paralelo, respeitando a natureza”.

 

Sobre a Marulho

A Marulho é uma empresa fundada em 2019 por Beatriz Mattiuzzo, com sede em Ilha Grande, dedicada à produção de produtos sustentáveis feitos a partir de redes de pesca descartadas, incluindo bolsas, mochilas, sacolas, fruteiras e pochetes, entre outros. Comprometida com a responsabilidade social, a Marulho destina 43% do valor de cada produto diretamente aos redeiros e costureiras, fortalecendo a economia local e trabalhando em estreita colaboração com a comunidade caiçara. Para mais informações, acesse: www.fazermarulho.com.br.