Com a experiência de quem criou muitos tipos e começou histórias diversas tantas vezes ao longo da vida, o ator Othon Bastos repete o gesto com

frescor e sobe ao palco realizando algo absolutamente novo. Aos 91 anos de vida e

contabilizando mais de 70 anos de carreira, Othon estreou no Teatro Vannucci o inédito “Não

me entrego, não!”, seu primeiro monólogo com texto escrito e dirigido por Flávio Marinho.

Desenvolvido a partir de trocas entre os dois e de um calhamaço de escritos que Othon deixou

sob a diligência de Flávio, seu amigo de décadas, o solo foi elaborado sob minuciosa pesquisa,

levando em conta os principais acontecimentos da existência de Othon. O espetáculo fez sua

estreia no dia 14 de junho de 2024, no Teatro Vannucci no Rio de Janeiro, e está em cartaz

desde então, passando por capitais como Fortaleza, Salvador, São Paulo, Belo Horizonte,

Brasília e Recife.

 

Considerado o maior ator brasileiro vivo, Othon possui uma carreira de títulos marcantes no

cinema e no teatro que são relembrados em cena, propondo uma reflexão sobre cada

momento da sua trajetória. É o mural de uma vida dividido em blocos temáticos – trabalho,

amor, teatro, cinema, política, etc – cujas reflexões envolvem citações e referências de alguns

dos autores mais importantes do mundo. A peça é uma lição de vida e de resiliência, de como

enfrentar os duros obstáculos que se apresentam em nossa existência – e como superá-los.

O desejo de voltar à ribalta partiu do próprio Othon que, após assistir a montagem “Judy: o

arco-íris é aqui”, ficou com a ideia de estar em cena relembrando suas histórias. “Eu pensei

como é maravilhoso contar a vida de alguém no palco. E aí falei com o Flávio que eu queria

fazer um espetáculo com ele sobre a minha vida – e entreguei umas 600 páginas de

pensamentos escritos sobre coisas que eu gosto, autores, anotações… Ali tinha um resumo

bom sobre mim. E fomos fazendo: ele leu, entendeu e foi montando o espetáculo. E é mais

difícil me lembrar do texto, embora seja uma peça sobre a minha própria memória, porque ela

chega editada, diferente das lembranças espontâneas”, confidencia Othon Bastos.

Com a missão de converter tantas lembranças e histórias, Flávio Marinho precisou condensar

tantos anos de vivência em alguns minutos de espetáculo teatral. “À primeira vista, o que

temos é o próprio Othon Bastos quem estará em cena contando histórias divertidas e

dramáticas da sua vida pessoal e profissional. Isto seria, digamos, o esqueleto dramático da

peça. Só que este esqueleto é recheado de diversas reflexões, frutos imediatos do tema

abordado por Othon. Por exemplo, depois que ele encontra o amor da vida, com quem está

casado há 57 anos, o texto passa a refletir o sentimento do amor através de diversas

referências e citações”, adianta o autor e diretor.

O mesmo se dá após Othon mencionar um fato político: a peça envereda por historietas e

pequenas pensatas políticas – e assim por diante. “O Flávio escreveu maravilhosamente bem.

Começa nos meus 11, 12 anos e vem até hoje. Nada foi fácil para mim, muitos dos meus

principais papéis eu entrei substituindo outro ator. Se alguém me perguntar como comecei

minha carreira, eu digo que comecei substituindo o Walter Clark, que era meu colega de turma

de teatro, e depois muitas outras coisas aconteceram. O Chico Xavier já dizia que se uma coisa

é sua, ela te encontra, não é preciso se preocupar”, pondera o homenageado, que terá a

companhia de um “ponto” em cena, a atriz Juliana Medela trazendo observações às suas falas.

“A ideia de ter a minha memória em cena foi minha, achei que seria interessante ter uma

espécie de Alexa em cena. Ela entra para fazer descrições”, diverte-se Othon, numa alusão pra

lá de contemporânea à assistente virtual desenvolvida pela Amazon.

“É um momento único, mesmo: meu primeiro monólogo e sobre a minha própria vida. É uma

experiência muito forte eu ter que ser o meu próprio centro em cena. Mas não trazemos

nenhuma lembrança amarga, apenas as alegres e divertidas, para levar curiosidades que vivi

ao longo desses anos todos ao público, que saberá o que se passa com um ator – que é uma

pessoa comum. Mas, quando se recebe um dom como esse, você tem a capacidade de doar o

que recebeu. Então é isso que eu quero, me doar – e que as pessoas me leiam. Quero que elas

vejam quem eu sou e como sou”, finaliza Othon Bastos.

Ficha Técnica:

Elenco: Othon Bastos

Texto e Direção: Flavio Marinho

 

Diretora Assistente e Participação Especial: Juliana Medella

Direção de Arte: Ronald Teixeira

Trilha Sonora: Liliane Secco

Iluminação: Paulo Cesar Medeiros

Programação Visual: Gamba Júnior

Fotos: Beti Niemeyer

Consultoria Artística: José Dias

Assessoria Jurídica: Roberto Silva

Coordenador de Redes Sociais: Marcus Vinicius de Moraes

Assistentes de Produção: Gabriela Newlands e Calu Tornaghi

Administração: Fábio Oliveira

Desenho de Som e Operador: Vitor Granete

Coordenação de Produção: Bianca De Felippes

Idealização do Projeto: Marinho d’Oliveira Produções Artísticas

Produção Nacional: Gávea Filmes

Produção Porto Alegre: Gana&Voga

Classificação Indicativa: 12 anos

Duração: 90 minutos

SERVIÇO:

“Não me entrego, não!”

Data: 26 a 29 de junho

Horários: De quinta a sábado, 20h, domingo, às 18h

Abertura do teatro: 1 hora antes da peça

Local: Teatro Simões Lopes Neto, Complexo do Theatro São Pedro

Endereço: Riachuelo, 1089, Centro, Porto Alegre – RS

Preços: R$ 50,00 a R$ 140,00

Ingressos: theatrosaopedro.eleventickets.com

https://theatrosaopedro.eleventickets.com/#!/evento/e3ebe23ec6d964b99b403203b4481a96

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