Concertos, que contam também com a participação de Coros e solistas, acontecem de quinta-feira (19/jun) a sábado (21/jun) na Sala São Paulo; apresentação de sexta (20/jun) será transmitida ao vivo no canal de YouTube da Osesp.

 

A Fundação Osesp e o Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas, apresentam na Sala São Paulo a Temporada Osesp 2025.

 

Nesta semana, de quinta-feira (19/jun) a sábado (21/jun), a música da França volta a ecoar na Sala São Paulo com a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo — Osesp interpretando obras emblemáticas de três grandes compositores do país europeu. O programa reúne o balé Daphnis et Chloé e a Pavana para uma infanta defunta, de Maurice Ravel; o comovente Réquiem, de Gabriel Fauré; e a inspirada Velha oração budista, da pioneira Lili Boulanger.

 

Acompanham a Orquestra os Coros da Osesp, Acadêmico e Infantil e três solistas convidados: a soprano Lina Mendes, o baixo Savio Sperandio e o tenor Jabez Lima. A regência ficará a cargo do maestro francês Stéphane Denève, diretor musical da St. Louis Symphony Orchestra e diretor artístico da New World Symphony.

 

Vale lembrar que o concerto de sexta-feira (20/jun), às 20h, será transmitido ao vivo pelo canal oficial da Osesp no YouTube.

 

Sobre o programa

 

Fascinado pelo canto gregoriano, Gabriel Fauré (1845-1924) foi organista e mestre de capela da histórica Igreja de Madalena, em Paris. Sua genuína sensibilidade religiosa adquiriu forma musical em diversas obras sacras e mundanas, entre elas este comovente e inovador Réquiem, composto entre 1887 e 1890. Afastando-se do modelo enfático e solene desenvolvido por outros compositores, Fauré recria a tradicional missa fúnebre não como um drama litúrgico sobre a morte e o juízo final, mas como uma prece que acolhe e conforta: “É assim que eu sinto a morte: uma libertação feliz, uma aspiração à felicidade do além.”

 

Embora Pavana para uma infanta defunta seja uma das obras mais conhecidas de Maurice Ravel (1875-1937) — depois do Bolero —, o próprio compositor foi bastante crítico em relação à peça. Em 1912, chegou a dizer que seus defeitos se tornaram mais evidentes com o tempo, citando a influência do compositor Emmanuel Chabrier e uma forma que considerava pouco interessante. Apesar do título melancólico, Ravel recomendava não interpretá-lo literalmente: “infanta” é o termo ibérico para a filha do rei que não herda o trono, e “pavana” é uma dança cerimonial do século XVI. Em vez de um lamento fúnebre por uma criança morta, a obra poderia sugerir, segundo ele, a imagem de uma jovem princesa dançando uma pavana enquanto é retratada por Velázquez.

 

Nascida em uma família de músicos, Lili Boulanger (1893-1918) sofreu desde a infância com doenças crônicas, frequentemente mal diagnosticadas. Abalada pelos horrores da Grande Guerra, fundou com a irmã Nadia uma revista para apoiar os jovens músicos dos países aliados, duramente afetados pelo conflito. Composta em 1917, um ano antes de sua morte prematura, a Velha oração budista transfigura o sofrimento em uma mensagem de consolo e esperança. O texto da oração, na tradução francesa, deseja “que todos os seres vivos, sem inimigos, sem obstáculos, vencendo a dor e alcançando a felicidade, possam mover-se livremente, cada um no caminho que lhe está destinado”.

 

Ravel escreveu seu balé mais extenso, Daphnis et Chloé, a partir da curta novela grega Dáfnis e Cloé ou As pastorais, que narra o amor entre dois jovens pastores órfãos e as dificuldades que enfrentam até serem reunidos pelo deus Pã. O libreto foi elaborado pelo coreógrafo Michel Fokine, a pedido de Sergei Diaghilev, fundador da companhia Ballets Russes. Ravel descreveu a obra como uma “sinfonia coreográfica em três partes” e extraiu dela duas suítes orquestrais para salas de concerto. A partitura foi construída com rigor tonal e desenvolvida a partir de poucos motivos, garantindo unidade e coesão à composição.

 

Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo – Osesp

Desde seu primeiro concerto, em 1954, a Osesp tornou-se parte indissociável da cultura paulista e brasileira, promovendo transformações culturais e sociais profundas. A cada ano, a Osesp realiza em média 130 concertos para cerca de 150 mil pessoas. Thierry Fischer tornou-se diretor musical e regente titular em 2020, tendo sido precedido, de 2012 a 2019, por Marin Alsop. Seus antecessores foram Yan Pascal Tortelier, John Neschling, Eleazar de Carvalho, Bruno Roccella e Souza Lima. Além da Orquestra, há um coro profissional, grupos de câmara, uma editora de partituras e uma vibrante plataforma educacional. A Osesp já realizou turnês em diversos estados do Brasil e também pela América Latina, Estados Unidos, Europa e China, apresentando-se em alguns dos mais importantes festivais da música clássica, como o BBC Proms, e em salas de concerto como o Concertgebouw de Amsterdam, a Philharmonie de Berlim e o Carnegie Hall em Nova York. Mantém, desde 2008, o projeto “Osesp Itinerante”, promovendo concertos, oficinas e cursos de apreciação musical pelo interior do estado de São Paulo. É administrada pela Fundação Osesp desde 2005.

 

Coro da Osesp

O Coro da Osesp, além de sua versátil atuação sinfônica, enfatiza o registro e a difusão da música dos séculos XX e XXI de compositores brasileiros. Destacam-se em sua ampla discografia Canções do Brasil (Biscoito Fino, 2010), Aylton Escobar: Obras para coro (Selo Digital Osesp, 2013) e Heitor Villa-Lobos: Choral transcriptions (Naxos, 2019). Apresentou-se em 2006 para o rei da Espanha, Filipe VI, em Oviedo, no 25º Prêmio da Fundação Príncipe de Astúrias. Em 2020, cantou, sob a batuta de Marin Alsop, no Concerto de Abertura do Fórum Econômico Mundial, em Davos, Suíça, feito repetido em 2021, em filme virtual que trazia também Yo-Yo Ma e artistas de sete países. Junto à Osesp, estreou no Carnegie Hall, em Nova York, em 2022, se apresentando na série oficial de assinatura da casa no elogiado Floresta Villa-Lobos. Fundado em 1994 por Aylton Escobar, integra a Osesp desde 2000, completando 30 anos de atividade em 2024. Teve como regentes Naomi Munakata [1995-2015] e Valentina Peleggi [2017-2019]. Desde fevereiro de 2025, Thomas Blunt é seu regente titular.

 

Coro Acadêmico da Osesp

Criado em 2013 com o objetivo de formar profissionalmente jovens cantores, o grupo é composto pelos alunos da Classe de Canto da Academia de Música da Osesp, sob direção de Marcos Thadeu. Oferece experiência de prática coral, conhecimento de repertório sinfônico para coro e orientação em técnica vocal, prosódia e dicção, além da vivência no cotidiano junto ao Coro da Osesp. Em 2021, a Classe foi reconhecida pela Secretaria de Educação do Estado de São Paulo como Curso Técnico, com o Diploma Técnico Profissionalizante de Nível Médio.

 

Coro Infantil da Osesp

O Coro Infantil, que estreou em novembro de 2000, é formado por meninas de 7 a 14 anos e meninos de 7 a 13 anos. Qualquer criança, mesmo sem formação musical anterior, pode ingressar no grupo. Além da oportunidade de apresentar-se na Sala São Paulo, as crianças recebem aulas de solfejo e leitura musical, preparação vocal, conhecimento de repertório e aprendizados de prosódia e dicção. Desde 2023, a regente do Coro Infantil é Erika Muniz, também soprano do Coro da Osesp.

 

Stéphane Denève regente

Diretor musical da Sinfônica de St. Louis, diretor artístico da New World Symphony e regente convidado principal da Filarmônica da Rádio Holandesa. Foi regente convidado principal da Orquestra da Filadélfia, diretor musical da Filarmônica de Bruxelas, regente titular da Sinfônica da Rádio de Stuttgart e diretor musical da Orquestra Nacional Real Escocesa. Apresentou-se com a Orquestra Real do Concertgebouw, as Sinfônicas da Islândia e de Viena, a Sinfônica Alemã de Berlim e as Filarmônicas Checa, de Rotterdam e da Rádio França. Com a Filarmônica Real de Estocolmo, regeu o Concerto do Prêmio Nobel de 2020. Denève rege regularmente a Sinfônica da NHK e as Filarmônicas de Hong Kong e de Seul. Em 2023, participou de concerto especial junto a John Williams, regendo a Saito Kinen Orchestra nos 125 anos da Deutsche Grammophon. Estreou no Carnegie Hall com a Sinfônica de Boston, além de com frequência estar à frente da Filarmônica de Nova York e da Orquestra da Filadélfia, além de atuar em programas educacionais com a New World Symphony e a Colburn School no Tanglewood Music Center e na Music Academy of the West.

 

Lina Mendes soprano

Natural do Rio de Janeiro, integrou a Accademia Teatro alla Scala (Itália), o Centre de Perfeccionament del Palau de les Arts (Espanha) e participou do Festival de Música Schleswig-Holstein, na Alemanha. Recentemente, estreou na Ópera de Tenerife, além de ter interpretado canções de Richard Strauss junto ao pianista Pedro Halffter pela Fundación BBVA (Espanha). Foi solista em salas de concerto como Theatro Municipal de São Paulo e Theatro São Pedro, além da própria Sala São Paulo, onde se apresentou com a Osesp em diversas ocasiões. Em 2018, foi selecionada pela Broadway para protagonizar no Brasil o musical O Fantasma da Ópera, no papel de Christine Daaé, em 400 apresentações que foram assistidas por mais de meio milhão de pessoas. Representou o Brasil no BRICS Cultural Festival Xiamen, na China.

 

Savio Sperandio baixo

Dono de voz e presença cênica marcantes, tem se apresentado nos principais teatros do Brasil e também no Teatro Colón de Buenos Aires, no Teatro Real de Madri, no Palau de les Arts Reina Sofía em Valencia, no Festival Rossini Wildbad, no Rossini Opera Festival de Pesaro, no Teatro Arriaga de Bilbao, na Ópera Nacional Eslovena e no Teatro Argentino de La Plata. Interpreta as principais partes de baixo do repertório sinfônico e de diversos personagens operísticos, com destaque para Bartolo, Mustafá, Don Profondo, Don Pasquale, Nick Shadow (The Rake’s Progress), Ramfis, Oroveso (Norma), Filippo II, Zaccarias, Silva, Cacique e outros.

 

Jabez Lima tenor

Membro do Coro da Osesp desde dezembro de 2014, o tenor Jabez Lima iniciou seus estudos de canto aos 15 anos, com o professor Walter Chamun. Integrou o Coral Jovem do Estado de São Paulo, o Coro Acadêmico da Osesp e a Chorakademie de Lübeck e participou do Festival de Inverno de Campos do Jordão, tendo aulas com Graciela Araya. Atualmente, participa da classe de canto da professora Marília Vargas no núcleo de música antiga da Emesp e da oficina de música antiga da Escola Municipal de Música, sob a orientação de Nicolau de Figueiredo.

 

PROGRAMA

 

ORQUESTRA SINFÔNICA DO ESTADO DE SÃO PAULO – OSESP

CORO DA OSESP

CORO ACADÊMICO DA OSESP

CORO INFANTIL DA OSESP

STÉPHANE DENÈVE

LINA MENDES soprano

SAVIO SPERANDIO baixo

JABEZ LIMA tenor

Gabriel FAURÉ | Réquiem, Op. 48

Maurice RAVEL | Pavana para uma infanta defunta

Lili BOULANGER | Vieille prière bouddhique [Velha oração budista]

Maurice RAVEL | Daphnis et Chloé: Suíte nº 2

 

SERVIÇO

 

19 de junho, quinta-feira, 20h00

20 de junho, sexta-feira, 20h00 [Concerto Digital]

21 de junho, sábado, 16h30

Endereço: Praça Júlio Prestes, 16, Luz, São Paulo, SP

Capacidade: 1.388 lugares

Recomendação etária: 07 anos

Ingressos: De R$ 42,00 a R$ 295,00 (valores inteiros*)

Bilheteria (INTI): osesp.byinti.com

Telefone: (11) 3777-9721, de segunda a sexta, das 12h às 18h.

Estacionamento: Rua Mauá, 51 | R$ 39,00 (noturno, sábado e domingo após às 12h30) | 600 vagas; 20 para pessoas com deficiência; 33 para idosos.

Mais informações nos sites oficiais da Osesp e da Sala São Paulo.

 

*Estudantes, pessoas acima dos 60 anos, jovens pertencentes a famílias de baixa renda com idade de 15 a 29 anos, pessoas com deficiências e um acompanhante e servidores da educação da rede pública estadual e municipal têm desconto de 50% nos ingressos para os concertos da Temporada Osesp na Sala São Paulo, mediante comprovação.

 

A Sala São Paulo Digital conta com recursos da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Realização: Fundação Osesp, Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas, Ministério da Cultura e Governo Federal.

 

A Osesp e a Sala São Paulo são equipamentos do Governo do Estado de São Paulo, por intermédio da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, gerenciadas pela Fundação Osesp, Organização Social da Cultura.