No dia 3 de setembro, das 14h às 18h, em Porto Alegre, haverá a oficina “Agentes de Transformação Social – Educadores + Inclusivos”. Segundo a organização do Festival, ainda existem vagas para educadores que desejam participar.

 

Na próxima quarta-feira, 3 de setembro, das 14h às 18h, acontece na Fundação Iberê, à avenida Padre Cacique, 2000, no Cristal, em Porto Alegre, a oficina “Agentes de Transformação Social – Educadores + Inclusivos”. Programada para receber até 25 educadores, a atividade completa a etapa do Festival de Cinema Acessível Kids – a serviço da inclusão educacional, iniciada em 13 de agosto, com a exibição do filme “Meu Malvado Favorito 2”, em duas sessões, no Cinemark do Barra Shopping Sul. O projeto realizado pela OSC Mais Criança, e que integra o Criança Esperança, nesse evento tem a parceria da Fundação Iberê. Segundo a organização do Festival, a inscrição é gratuita e ainda existem vagas para educadores, mas é preciso reservar lugar pelo e-mail maiscrianca@maiscrianca.org.br

 

O Festival de Cinema Acessível é voltado a crianças cegas ou com baixa visão, surdas ou com deficiência auditiva ou com deficiência intelectual ou cognitiva e, também, para a população de baixa renda e situada em regiões de pouco acesso a equipamentos culturais. No projeto, os filmes exibidos sempre contam com os recursos de audiodescrição, legendas descritivas e Língua Brasileira de Sinais.

 

O projeto nasceu há dez anos em Porto Alegre, como “Festival Cinema Acessível”, idealizado pelo empreendedor e musicista Sidnei Schames (Sid), presidente da OSC Mais Criança (a proponente do projeto) e diretor da empresa Som da Luz. Logo na estreia, em 2015, seu filho, David, então com oito anos, não pôde entrar no cinema, por não ter a idade necessária. Acabrunhado, exclamou: “meu pai criou um Festival Acessível para os outros; mas não é acessível para mim!”. Logo depois, transformou a indignação em projeto: “Pai, que tal a gente criar também um festival para as crianças? Já tenho até nome e slogan: ‘Festival de Cinema Acessível Kids: leve seu pai ao cinema”.

 

Esse é o projeto que estreou em 2017 e que recebeu a chancela da Unesco. Em 2022 foi expandido, com a participação na 36ª edição do Criança Esperança, onde ganhou uma maior relevância e saiu pela primeira vez da região Sul do país. No ano passado, participou da 38ª edição do Criança Esperança.

 

Recursos de audiodescrição, legendas descritivas e Língua Brasileira de Sinais

 

De acordo com Sid, a audiodescrição permite ao público com deficiência visual (pessoas cegas ou com baixa visão) ter acesso aos filmes através da descrição dos elementos visuais da obra. Pesquisas demonstram que esse recurso beneficia, ainda, espectadores com autismo, Síndrome de Down, deficiência intelectual e déficit de atenção.

 

As legendas e a janela de Libras trazem acessibilidade ao público com deficiência auditiva. Além dos filmes acessíveis, o Festival promove uma recepção acolhedora do público, para que todos se sintam bem e possam aprender uns com os outros a partir das sessões de cinema. Na maioria dos eventos, como destacamos no início do release, acontece também uma ou mais oficinas de capacitação em inclusão social para grupos de até 25 educadores das escolas públicas.

 

O organizador destaca as oficinas para a formação de educadores inclusivos que acontecem em edições do Festival de Cinema Acessível Kids, como parte do Criança Esperança. “Temos contribuído com os educadores para fazer o acolhimento de forma adequada. Cumprimos uma função muito importante, já que aumentamos – e precisamos ampliar ainda mais – a velocidade dessa mudança na sociedade. Se mostramos que a inclusão é perfeitamente possível, ela se torna natural. Estamos fazendo parte de uma história importante, do caminho da acessibilidade, de tudo para todas as pessoas”, reflete Schames. “O reconhecimento e a continuidade do nosso trabalho são uma comprovação de que estamos no caminho certo na construção de uma sociedade melhor e igualitária”, acrescenta.

 

“O investimento na formação das crianças garante uma sociedade melhor no futuro. Ações como esta do Festival possibilitam que as crianças e jovens já cresçam em um contexto que acolhe e respeita as particularidades de cada indivíduo. Estar em um ambiente com pessoas com deficiência e pessoas sem deficiência, com todos assistindo a um filme de forma independente, provoca de maneira efetiva o pensar no que realmente podemos e sobre o que precisamos para exercer o nosso direito à cidadania. O acesso à cultura é fundamental. É notável a diferença na formação do adulto se já na infância houver a convivência e a troca entre crianças com e sem deficiência”, diz Sidnei Schames.

 

Nos eventos de 13 de agosto e 3 de setembro, o Festival de Cinema Acessível Kids – a serviço da inclusão educacional tem a produção da Mais Criança, a parceria da Fundação Iberê, e os seguintes apoiadores: Som da Luz, Barra Shopping Sul, Dextera, Total Seguros, Gontof Comunicação, Expressão Natura, Bem Promotora, Camale, iQueest Sopa Digital, Senado Federal e Mundo Melhor.

 

Educar é transformar – e a transformação

começa dentro de cada um de nós

 

Por Ana Claudia Ferreira – diretora da OSC Mais Criança

 

A oficina “Educadores +Inclusivos” nasce de uma escuta atenta às vozes que por muito tempo foram silenciadas: adultos com deficiência que ainda carregam marcas de atitudes inadequadas vividas na infância, e crianças que hoje enfrentam preconceitos muitas vezes alimentados por vieses inconscientes de quem deveria acolher.

 

Mais do que uma formação, esta é uma oportunidade de reflexão profunda sobre como cada educador pode contribuir para construir uma sociedade menos excludente e mais justa. A proposta vai além da técnica: busca sensibilizar, provocar e inspirar uma mudança de olhar, de postura e de prática. Afinal, a educação não se resume a transmitir conteúdos, mas a formar cidadãos plenos de direitos e de dignidade.

 

Durante o encontro, os participantes serão convidados a repensar suas próprias experiências, reconhecer comportamentos enraizados que geram exclusão e, a partir disso, descobrir caminhos possíveis para promover ambientes realmente inclusivos. O ponto de partida é o ser humano – porque só quando a transformação acontece dentro de cada indivíduo é que ela pode ecoar para toda a sociedade.

 

A oficina integra o conjunto de ações do Festival de Cinema Acessível a Serviço da Inclusão Educacional, reafirmando nosso compromisso com a inclusão como um valor inegociável. Mais do que nunca, é hora de dar visibilidade a essas questões e estimular a mídia, educadores e toda a comunidade a fazer parte desse movimento de mudança.

 

Sobre a OSC Mais Criança

 

A OSC atua na defesa e promoção dos direitos humanos para a inclusão social, desenvolvendo e adotando tecnologias e abordagens inovadoras com a acessibilidade universal. Tem como referência os ODSs, em especial aqueles voltados para o desenvolvimento socioambiental, a educação, a cultura e a saúde, em busca de uma sociedade democrática, equitativa e com acesso e participação de todos e de todas.

 

Sobre a Som da Luz

 

A empresa Som da Luz Tecnologias de Inclusão, idealizadora e realizadora do Festival de Cinema Acessível Kids, através de seu braço social, a OSC Mais Criança, foi a grande vencedora do TOP de MKT 2024, da ADVB/RS, prêmio que homenageia e divulga as principais práticas criadas e realizadas por instituições de diversos segmentos no Rio Grande do Sul. A Som da Luz recebeu o primeiro prêmio nas categorias de Cultura – Troféu Eva Sopher” e Top Inclusão à Diversidade. Também foi agraciada com o “Distinção”, prêmio concedido aos três cases mais bem avaliados entre os finalistas. Ficou com o Ouro no TOP Inclusão à Diversidade.