
Fusão de matérias-primas, contrastes de texturas e sabores funcionais são algumas das apostas das gelaterias nacionais
Segundo a Mordor Intelligence, a indústria global de sobremesas premium deve crescer a uma taxa superior a 6,2% ao ano até 2029. No Brasil, o segmento de sorveterias e gelaterias artesanais já movimenta mais de R$ 14 bilhões anuais, conforme dados da Associação Brasileira da Indústria do Sorvete (Abis). Esse avanço é impulsionado por um consumidor cada vez mais exigente, que busca indulgência consciente, ingredientes naturais e experiências sensoriais.
À medida que o calendário avança, o mercado de gelatos encontra um aliado natural: a elevação gradual das temperaturas. Com a chegada da primavera em setembro, os termômetros voltam a subir, com médias de 23ºC, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), e tornam o ambiente mais convidativo para o consumo de sobremesas geladas no Brasil.
Com isso, as marcas estão se preparando para um segundo semestre aquecido, tanto em temperatura quanto em inovação. Victor Pardini, mestre gelatiere da Cuor di Crema, gelateria artesanal de método italiano, destaca quatro tendências que devem guiar o comportamento do setor nos próximos meses:
1 – Funcionalidade e bem-estar no pote
Em um cenário em que o calor intenso exige opções mais leves e refrescantes, os consumidores têm buscado sobremesas que unam prazer e bem-estar. Produtos com menos açúcar, sem lactose ou glúten, além de ingredientes com propriedades funcionais, ganham destaque. “O desafio é oferecer prazer com equilíbrio. Um bom gelato pode ser leve, nutritivo e, ainda assim, encantar o paladar”, afirma Pardini.
2 – Sabores globais em versões criativas
O gelato se consolida como uma base versátil para criações que remetem à memória afetiva de diferentes culturas, com releituras de sobremesas como cheesecake, tiramisù e gingerbread. Em dias quentes, sabores com toques cítricos, especiarias leves ou frutas tropicais também entram em cena. “Hoje, as fronteiras gastronômicas são cada vez mais fluidas. O gelato se transforma em uma tela em branco para criar e reinventar sabores de todos os cantos do mundo”, explica o gelatiere.
3 – Contrastes de textura e temperatura
Com o aumento das temperaturas, o consumidor busca experiências mais sensoriais, em que o frescor do gelato se une a texturas surpreendentes. Combinações de quente e frio, cremoso e crocante, ampliam o prazer da degustação. “Uma colherada pode surpreender com um toque crocante ou um recheio morno no meio do gelato. Essa brincadeira com as sensações amplia o prazer”, destaca Pardini.
4 – Estética que conquista o feed e atrai o público
A sazonalidade também influencia a estética dos produtos. No calor, as cores vibrantes e os formatos leves ganham apelo. A busca por sobremesas “instagramáveis” se intensifica, impulsionando o desejo de compra por impulso. “O visual antecipa o sabor. Investimos em estética como uma forma de expressar emoções antes mesmo da primeira colherada”, finaliza.
Sobre a Cuor di Crema
Rede fundada em 2012 que respeita as tradições e os processos de produção das legítimas gelaterias italianas que garantem produtos 100% naturais, sem adição de gordura, aromatizantes e conservantes. O gelato Cuor di Crema tem uma lista de sabores autênticos, são mais de 100 receitas que proporcionam uma experiência única por seu preparo com matérias-primas nacionais e importadas, além do uso exclusivo de frutas in natura. No cardápio, estão também variadas opções de cafés, sobremesas e salgados. Para os interessados em empreender na marca, são dois modelos de negócios: quiosque e loja.