
Com mais de 2 milhões de brasileiros em solo americano, é essencial entender as questões imigratórias e os critérios para obtenção de vistos
Apesar das mudanças no atual governo dos Estados Unidos, o país continua sendo um dos principais destinos para os brasileiros, com mais de 2 milhões de cidadãos vivendo em solo americano, segundo o Ministério das Relações Exteriores. Esse fluxo migratório se reflete no número de vistos concedidos: em 2023, a Embaixada e os Consulados dos EUA no Brasil emitiram mais de 1,1 milhão de autorizações, sendo a seção consular de São Paulo a mais movimentada, com 517 mil concessões. Grande parte dos solicitantes busca melhores oportunidades de trabalho e educação.
O advogado Leonardo Leão, mestre em Direito e CEO da Leao Group – Global, destaca a importância de compreender as exigências relacionadas ao visto antes de planejar a ida para os Estados Unidos, especialmente para profissionais em busca de melhores oportunidades. Entre os principais caminhos para a permanência no país, ele chama a atenção para o Green Card, documento que garante ao estrangeiro o direito de residir e trabalhar nos EUA de forma permanente.
“Além de garantir residência e trabalho permanentes nos Estados Unidos, o Green Card oferece acesso a escolas públicas, possibilidade de obter carteira de motorista e ingresso em determinados setores das Forças Armadas. Também permite benefícios como Previdência Social, Renda Suplementar e Medicare, caso o titular atenda aos critérios, além de requisitar vistos para familiares. Após cinco anos cumprindo os requisitos, é possível solicitar a cidadania americana”, explica. Ele destaca, ainda, que as principais formas de obtenção do Green Card incluem solicitar um visto por família ou emprego e investimento nos EUA.
Vistos e profissionais
Ainda entre os vistos para profissionais está o EB-1, uma categoria de imigração baseada em emprego para profissionais altamente qualificados com reconhecimento em suas áreas. Leonardo comenta que se destina a talentos das ciências, artes, educação e negócios, e exige comprovação de conquistas e contribuição ao setor. “Para qualificar, o candidato deve atender a pelo menos três dos 10 critérios estabelecidos pela imigração dos EUA”, explica.
Entre os requisitos para a obtenção estão premiações nacionais ou internacionais, participação em associações profissionais com papel de destaque, publicações na mídia, autoria de artigos científicos e avaliação de trabalhos de outros especialistas. Além disso, contribuições relevantes em áreas acadêmicas, científicas, artísticas ou empresariais, liderança em organizações renomadas, exposições públicas, sucesso comercial nas artes cênicas e um salário acima da média do mercado também podem fortalecer a candidatura.
Já o visto EB-2 NIW permite que profissionais qualificados solicitem o Green Card sem uma oferta de emprego, desde que provem sua contribuição ao interesse nacional dos EUA. Para isso, o primeiro critério exige que a pessoa comprove que sua área de atuação tem impacto significativo em setores-chave, como tecnologia e saúde pública, e que suas ações estão alinhadas com as políticas públicas do país.
Leonardo enfatiza que o visto EB-2 NIW exige a comprovação de três critérios: primeiro, que a área de atuação do candidato tenha um impacto significativo e esteja alinhada com as políticas dos EUA; segundo, que ele possua qualificação, experiência e suporte financeiro para desenvolver o projeto; e, por fim, que os benefícios de seu trabalho superem a necessidade de proteger o mercado de trabalho americano, trazendo impactos econômicos ou inovações difíceis de serem replicadas localmente.
Com isso, para quem ainda não possui uma longa experiência como profissional na área, o recomendado é consultar um especialista em imigração para definir a melhor estratégia. “O profissional qualificado analisará o perfil do aplicante, incluindo formação, experiência profissional e outros fatores relevantes, para determinar as chances de sucesso e definir o visto mais adequado ao perfil da família. Sentindo confiança e assinando o contrato, o aplicante terá uma reunião inicial e deverá subir os documentos solicitados na pasta para dar início ao processo. É preciso respeitar os prazos e seguir as orientações dos profissionais que vão trabalhar na argumentação e montagem do pleito”, conclui.
Sobre Leonardo Leão
CEO da Leao Group – Global e advogado brasileiro, licenciado pela Ordem dos Advogados do Brasil. Mestre em Direito pela University of Miami School of Law, pós-graduado em Direito Empresarial e Trabalhista pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Possui MBA pelo Massachusetts Institute of Business, além de um amplo conhecimento sobre imigração e internacionalização de carreiras e negócios, comprovado por mais de 15 anos de experiência auxiliando profissionais e empresas a viabilizarem seus projetos de expansão por todo o globo.
Atualmente, exerce o cargo de Presidente da Comissão de Direito Imigratório e Mobilidade Global, além de atuar como professor na pós-graduação da Faculdade EBPós. Também é palestrante na área de Direito Internacional e Imigração para a ABA (Associação Brasileira de Advogados). Responsável pelos escritórios do Rio de Janeiro, São Paulo e Fortaleza, segue liderando a Leao Group na missão de transformar vidas por meio da imigração e da mobilidade global.