
Produção também ganhou de pelo Júri Popular. “À Borda da Vida”, foi o melhor curta gaúcho e “A Balada de um Artista em Extinção” venceu a Mostra Olhares Daqui
“Soneca e Jupa”, dirigido por Rodrigo R. Meireles, que celebra a amizade e as relações pessoais, foi o grande vencedor do Festival Santa Cruz de Cinema, que revelou os premiados da 8ª edição na noite de hoje em cerimônia realizada no Auditório Central da UNISC. O curta-metragem mineiro, dirigido por Rodrigo R. Meireles, ainda levou o troféu de Melhor Filme pelo Júri Popular, e Direção de Fotografia.
A noite ainda premiou “À Borda da Vida”, de Camila Bauer, como melhor curta-metragem gaúcho e o Troféu Tipuana da Mostra Olhares Daqui, exclusiva para produções de Santa Cruz do Sul, ficou com “A Balada de um Artista em Extinção”, de Vitz Almeida e Maurício Bremm.
O curta-metragem gaúcho “Pastrana”, levou dois troféus, o de Melhor Direção para Gabriel Motta e Melissa Brogni, e Melhor Roteiro, assinado pelos dois diretores e Júlia Cazarré. Outros dois títulos gaúchos foram premiados: “Ana Cecília”, levou por Melhor Montagem, para André Berzagui, e “Posso Contar nos Dedos”, venceu a categoria Melhor Trilha Sonora, com Gabriel Portela e Nadine Lannes.
Quem também levou dois Troféus Tipuana foi a produção “Vão das Almas”, do Distrito Federal: Luan Vinícius foi escolhido Melhor Ator, e Sarah Noda pela Direção de Arte do curta.
Outros três curtas saíram premiados da cerimônia. “Cavalo Marinho” (PE), com Melhor Atriz para Divina Valéria, e o paranaense “Ruído” venceu Melhor Desenho de Som, e Antônio Medeiros de Oliveira e Tatiana Rodriguez, de “Dependências” (RJ), levaram o Troféu Tipuana de Melhor Figurino.
Para a edição de 2026 o evento fez dois anúncios, o primeiro é o ator Reginaldo Faria como homenageado, e a data, de 15 a 19 de junho.
Vencedores do 8º Festival Santa Cruz de Cinema
Melhor Filme
Soneca e Jupa, de Rodrigo R. Meireles (MG)
Melhor Filme Gaúcho
À Borda da Vida, de Camila Bauer (RS)
Melhor Filme Mostra Olhares Daqui
A Balada de um Artista em Extinção, de Vitz Almeida e Maurício Bremm (Santa Cruz do Sul, RS)
Melhor Filme do Júri Popular
Soneca e Jupa, de Rodrigo R. Meireles (MG)
Melhor Direção
Gabriel Motta, Melissa Brogni, de Pastrana (RS)
Melhor Direção de Fotografia
Rodrigo R. Meireles, de Soneca e Jupa (MG)
Melhor Direção de Arte
Sarah Noda, de Vão das Almas (DF)
Melhor Ator
Luan Vinícius, de Vão das Almas (DF)
Melhor Atriz
Divina Valéria, de Cavalo Marinho (PE)
Melhor Roteiro
Gabriel Motta, Júlia Cazarré e Melissa Brogni, de Pastrana (RS)
Melhor Montagem
André Berzagui, de Ana Cecília (RS)
Melhor Trilha Sonora
Gabriel Portela, Nadine Lannes, de Posso Contar nos Dedos (RS)
Melhor Desenho de Som
Eduardo Loewenstein, de Ruído (PR)
Melhor Figurino
Antônio Medeiros de Oliveira e Tatiana Rodriguez, de Dependências (RJ)
Estreia da Rodada de Negócios teve apresentação de oito projetos
Oito projetos audiovisuais participaram, durante a sexta-feira (13), do 1º Pitch & Rodada de Negócios da história do Festival Santa Cruz de Cinema, promovido pelo Santa Cruz Polo Audiovisual.
Foram treze produções inscritas e as selecionadas foram: “Melhor Amiga das Noivas”, de Júlia Ribeiro Cazarré; “Gringo”, de Klaus Lopes; “O Mago das Cores”, de Fernando Vanelli; “Atos e Omissões”, de Gustavo Acioli; “Marvin”, de Jonatan Pacheco; “Porongos”, de Diego Müller; “Tempo, Mano Velho”, de Gabriela Kopp; e “O que há de novo?”, de Victor Castilhos.
Durante o pitch os realizadores apresentaram suas ideias e foram questionados pelos júri de debatedores, formado pela produtora Paola Wink, a diretora de séries documentais e longas de animação, Daniela Israel, e pelo produtor executivo e roteirista Pedro Guindani. Eles escolheram “Tempo, Mano Velho”, de Gabriela Kopp, como o Projeto Destaque do pitch.
“Essas ações de mercado, de formação são muito importantes para fomentar o cinema local, principalmente pela presença de realizadores de outros estados, pois gera essa integração e uma troca de culturas”, afirmou Paola Wink. “Na programação de ontem ministrei um workshop de produção executiva, então tem uma ação de continuidade do mercado, pensando em formação, em apresentar os projetos, conectar com os players de mercado”, complementou a jurada.
Representando o grupo de roteiristas santa-cruzenses de “Tempo, Mano Velho”, Gabriela Kopp destacou a importância da promoção do Pitch e Rodada de Negócios no festival: “Apresentar o projeto para mais pessoas e ver que elas se apaixonam por ele tanto quanto nós é muito legal. O pitching é muito difícil, é um tempo muito reduzido, mas a gente sabe que é assim que o mercado funciona e talvez as pessoas não se deem conta do quão gigante é esse passo que o evento está nos proporcionando”. O projeto ainda foi selecionado por dois players para a Rodada de Negócios, “conversar com players e pessoas que já estão no mercado rodando séries que são incrivelmente famosas – e que a gente é muito fã, né? – É indescritível, e prova, mais uma vez, que existe cinema no interior do estado” afirma.
Olhar dos players
Os players de mercado – Carla Esmeralda, produtora cinematográfica, Bia Caldas, também produtora, com ampla experiência em cinema, streaming e publicidade, e Rodrigo M. G. Boecker, produtor de Criação e Conteúdo da GLAZ – acompanharam os pitchs e selecionaram, ao todo, seis projetos para conversas individuais.
O projeto “Melhor Amiga das Noivas”, foi o único apresentado no pitch que foi selecionado pelos três profissionais convidados. “Quando eu vi os players eu pensei ‘se eu conseguir falar com qualquer um deles já vai ser incrível pro projeto’, pois assim começamos a criar relações, ir trocando ideia de projetos para trabalhos, e o feedback desse tipo de profissional é uma oportunidade eu não consigo nem dimensionar”, comemorou a realizadora Júlia Ribeiro Cazarré.
“Estou impressionada com o profissionalismo do evento, profissionalismo do pitching e o profissionalismo dos projetos que eu encontrei aqui. Desejo que todos sejam feitos, especialmente os quatro que eu escolhi aqui para conversar, com quem eu tive uma maior identificação, porque os projetos são leituras de mundo, necessários para a sociedade, necessários para a audiência, necessários para o realizador se expressar no mundo. Minha palavra para esse festival é profissionalismo”, finalizou Carla Esmeralda.
O trio de players do mercado ainda apresentou um painel onde compartilhou orientações e percepções, visando contribuir ainda mais para o desenvolvimento e fortalecimento do audiovisual da região.
Talentos de duas gerações do cinema brasileiro foram homenageados na noite de ontem
Celebrando duas diferentes gerações do cinema nacional, a noite de quinta-feira do 8º Festival Santa Cruz de Cinema foi de emoção no Auditório Central da UNISC. A atriz gaúcha Araci Esteves recebeu o troféu Tipuana como a homenageada desta edição e o ator pernambucano Allan Souza Lima foi reconhecido com o Prêmio Tuio Becker.
Revendo sua trajetória na tela, o ator que recebeu reconhecimento nacional recentemente por sua atuação na série “Cangaço Novo”, destacou a intensa entrega de quem atua para fazer chegar cada personagem ao público. “Pra mim estar recebendo esse prêmio hoje significa um pertencimento também de me sentir valorizado e abraçado”, celebrou Allan.
Além de agradecer ao festival e à cidade, o ator, que também é produtor e diretor, ressaltou as semelhanças entre Pernambuco, seu estado natal, e o Rio Grande do Sul: “Qual é o único estado que honra sua bandeira, que canta seu próprio hino? Se aqui é adaga, lá é peixeira, se aqui são as bombachas, lá é o gibão. Lá tem cavalo igual aqui. Se lá é sanfona, aqui talvez uma gaita ou um acordeon. Lá são os cordelistas, aqui são os pajadores. E por aí vai”.
Chamada ao palco para receber o Troféu Tipuana como homenageada da edição de 2025, Araci Esteves foi calorosamente aplaudida de pé pelo público que lotava, novamente, o auditório. “Estou muito feliz de estar aqui nessa noite recebendo essa homenagem e quero agradecer imensamente a esse festival, que tem um grande potencial de crescimento”, afirmou Araci.
A atriz, que acumula mais de 60 anos atuando no cinema, teatro e televisão, mandou um recado aos colegas de profissão: “Quero mandar um abraço apertado a todos os atores e atrizes que estão aqui ou não, eles são meus companheiros nessa jornada pela busca eterna e sem trégua do aperfeiçoamento da nossa arte de representar”.
Transparecendo a alegria pelo momento, Araci complementou sua fala deixando uma reflexão aos profissionais presentes. “Aprendi que não podemos nos acomodar nessa zona de conforto de um sucesso, nosso ofício é um eterno aprendizado, nunca se chega ao fim. Acho que por isso que não faço muita diferença entre trabalhar em um longa de duas horas ou um um curta de 10 minutos, porque cada trabalho que eu fiz eu aprendi alguma coisa que eu não sabia. E isso me levou a conhecer melhor o ser humano com todas as qualidade e suas falhas, todos eu heroísmo e sua vilania. aprendi a percebê-lo e entendê-lo como é”, concluiu.
Este projeto é financiado com recursos da Lei Paulo Gustavo (Lei Complementar nº 195/2022), do Ministério da Cultura, Governo Federal – Edital SEDAC/LPG nº 14/2023 – Audiovisual III (festivais, pesquisa, capacitação). Patrocínio: JTI (Japan Tobacco International) e Prefeitura Municipal de Santa Cruz do Sul. Realização: Sistema Fecomércio RS Sesc/Senac, Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e Pé de Coelho Filmes.