Evento trouxe à Capital espetáculos de diferentes regiões do Brasil e movimentou 21 espaços culturais, praças e parques

 

Porto Alegre se despediu nesta segunda-feira, 09 de junho, de mais uma edição do Festival Palco Giratório Sesc, que por três semanas movimentou a Capital com uma intensa agenda cultural. Com ingressos esgotados, o espetáculo “Rhinocerontes”, da Cia Teatro do Bando, foi o responsável por fechar a programação do festival, que reafirmou sua importância como um dos maiores eventos das artes cênicas do País.

 

A 19ª edição reuniu 52 grupos artísticos de 18 estados brasileiros, sendo desses 24 do Rio Grande do Sul, e espalhou mais de 60 apresentações por 21 espaços culturais, praças e parques de Porto Alegre e Canoas. Foram atrações de teatro, dança, música e circo, além de oficinas, atividades formativas e intervenções urbanas que reafirmaram a vocação do festival para a diversidade, o encontro e a formação de plateia. Ao todo, cerca de 360 artistas participaram da realização do evento, que teve um público estimado de mais de 20 mil pessoas.

 

Entre os destaques da programação estiveram o show de abertura de Negra Li, com sua potente fusão de rap, R&B e MPB, a aguardada estreia gaúcha de “AO VIVO [dentro da cabeça de alguém]”, nova encenação da Companhia Brasileira de Teatro, escrita por Marcio Abreu e protagonizada por Renata Sorrah, Rodrigo Bolzan, Rafael Bacelar, Barbara Arakaki e Bianca Manicongo, e a celebração das mais de seis décadas de carreira de Amir Haddad, com a peça “Zaratustra: uma transvaloração dos valores”. Também ganharam destaque produções que abordaram diversidade, inclusão e ancestralidade, como “CorpoMundo”, “Azul Marítimo” e “Aptá”.

 

Um dos momentos mais marcantes da edição foi a homenagem prestada pela Fundação Theatro São Pedro à Renata Sorrah. Após a sessão realizada no dia 05 de junho, Antonio Hohlfeldt, presidente da entidade, entregou à atriz uma placa em reconhecimento ao seu trabalho na disseminação das artes. “É um prazer estar de volta a Porto Alegre. O público aqui é diferenciado. É uma honra trazer esse novo trabalho a esse teatro que é o sonho realizado de dona Eva Sopher”, comentou Sorrah para uma plateia lotada que incluia, inclusive, Amir Haddad, com quem divide uma longa trajetória nas artes cênicas.

 

“O Palco Giratório é um ponto de encontro. Em Porto Alegre, os espetáculos não acontecem apenas nos palcos, eles se estendem para os bastidores, para as conversas nos intervalos, para as trocas entre artistas, técnicos e o público. Aqui, grupos de diferentes partes do país se encontram, se reconhecem e criam juntos. São laços que ultrapassam as temporadas e se transformam em novas ideias, parcerias e movimentos. É nesse ambiente fértil de criação e afeto que o Palco Giratório se firma como um espaço potente de conexão e continuidade”, comenta a coordenadora de Artes Cênicas, Visuais e de Arte Educação do Sesc/RS e curadora do Circuito Nacional do Palco Giratório, Jane Schoninger.

 

O Festival também manteve seu compromisso com a democratização do acesso, promovendo apresentações gratuitas, ao ar livre e ações de acessibilidade cultural, como audiodescrição, tradução em Libras e visitas táteis aos cenários. A programação incluiu ainda o 6º Seminário Palco Giratório, que fortaleceu a conexão entre arte, ensino e pesquisa.

 

A 20ª edição, que marca as duas décadas do projeto em Porto Alegre, já está confirmada e ocorrerá entre os dias 19 de maio e 3 de junho de 2026.

 

Festival Palco Giratório Sesc – Após 18 edições em Porto Alegre, o Festival Palco Giratório Sesc movimenta e incentiva as artes cênicas com uma programação intensa, tradicionalmente no mês de maio. O Festival integra o Circuito Nacional, realizado pelo Sesc em diferentes estados para promover a difusão e o intercâmbio cultural, consolidando a iniciativa como a maior ação do gênero no Brasil. Ao longo de cada ano, traz uma programação caracterizada pela diversidade de expressões e temáticas, qualidade de espetáculos e ações formativas com grupos de todas as regiões do País. A proposta é destacar questões presentes na contemporaneidade por meio da arte.