Mais de 70 obras de 31 artistas compõem a exposição inaugural do espaço cultural em São Paulo

 

Entre 24 de maio e 26 de julho de 2025, a CLARABOIA apresenta TERRA, uma curadoria de Moacir dos Anjos e Priscyla Gomes acerca de artistas e obras que têm a terra como suporte moldável ou que a exploram em suas dimensões poéticas e políticas.

 

“Terra é matéria e é chão onde se vive. É coisa física e é lugar de pertencimento. Como matéria fluida que assume tantas formas ou como território de disputas variadas, a terra está presente em trabalhos de muitos artistas brasileiros, seja como coisa usada para criar ou como motivo para representar o mundo”, escreve a curadoria.

 

TERRA reúne artistas que nasceram ou tiveram ampla atuação em diferentes regiões do território brasileiro.

 

Com mais de setenta obras – entre pinturas, cerâmicas, fotografias, esculturas, vídeo e instalação – TERRA ainda inclui um núcleo documental composto por publicações históricas disponíveis para leitura.

 

Voltados principalmente à questão indígena no Brasil, estes documentos são compostos por duas reportagens fotográficas de Claudia Andujar publicadas em edições da revista Realidade, que circulou em território nacional entre 1966 e 1976; a célebre série “Os donos da terra”, do fotógrafo francês Jean Manzon, publicada em 1947 na revista O Cruzeiro; o fotolivro Amazônia (1978), de Claudia Andujar e George Love; e o emblemático livro Xingu: território tribal (1979), com fotografias de Maureen Bisilliat e textos de Orlando Villas-Bôas e Cláudio Villas-Bôas sobre as comunidades indígenas do Xingu.

 

Para Rodrigo Villela, diretor artístico e executivo da CLARABOIA, “TERRA ecoa os valores constitutivos da CLARABOIA, enquanto espaço de arte, e o pensamento de expansão e comunidade propostos por sua fundadora, Renata Vale, em sua concepção. É uma mostra que visa a ampliação e o cruzamento de diferentes universos no campo das artes e que, por meio das pesquisas curatoriais de Moacir dos Anjos e Priscyla Gomes, criam um território poético fértil e assertivo”.

 

Os artistas presentes na exposição ‘Terra’ são:

 

Abiniel João Nascimento (1996, Carpina, PE), Almir Lemos (1973, Maragogipinho, BA), Amadeo Luciano Lorenzato (1900–1995, Belo Horizonte, MG), Antônio Poteiro (1925, Santa Cristina Da Pousa, Portugal – 2010, Goiânia, GO), C. L. Salvaro (1980, Curitiba, PR), Claudia Andujar (1931, Neuchâtel, Suíça), davi de jesus do nascimento (1997, Pirapora, MG), David Almeida (1989, Brasília, DF), Gustavo Caboco (1989, Curitiba, PR), Hélio Melo (1926, Boca do Acre, AM – 2001, Goiânia, GO), Henrique Oliveira (1973, Ourinhos, SP), Jacque Faus (1986, São Paulo, SP), José Antonio da Silva (1909, Sales Oliveira, SP – 1996, São Paulo, SP), José Assunção (1911, Morro da Sela, MG – 2003, Itabira, MG); Joseca Yanomami (1971, Terra Indígena Yanomami, AM), Josi (1983, Itamarandiba, MG), Júlia Pontés (1983, Belo Horizonte, MG), Maria Lira Marques (1945, Araçuaí, Minas Gerais), Marlene Almeida (1942, Bananeiras, PB), Maureen Bisilliat (1931, Englefield Green, Inglaterra), Mestre Luiz Antônio (1935, Caruaru, PE), Mestre Vitalino (1909–1963, Caruaru, PE), Nilda Neves (1961, Botuporã, BA), Paulo Pires (1972, Poxoréu, MT), Pedro França (1984, Rio de Janeiro, RJ), Raphaela Melsohn (1993, São Paulo, SP), Rodrigo Braga (1976, Manaus, AM), Sil da Capela (1979, Cajueiro, AL); Tiago Mestre (1978, Beja, Portugal), Vinicius Barajas (1984, São Bernardo do Campo, SP), Wallace Pato (1994, Rio de Janeiro, RJ).

 

SOBRE A CLARABOIA

 

CLARABOIA é um espaço de pluralidade cultural e plataforma de trocas de conhecimento e formação de comunidades em torno da arte. Estimula a produção descentralizada, com ênfase nas influências do Norte e Nordeste do Brasil.

 

Criada em 2023 sob o nome Casa Gabriel, período preliminar de reconhecimento de território, abrigou onze exposições individuais e coletivas. A partir de agosto de 2024, a CLARABOIA inicia um percurso de expansão e aprofundamento, com exposições, projetos especiais, cursos, residências artísticas, eventos e parcerias que visam novas possibilidades de convívio. Como plataforma de trocas, oferece uma rede pulsante de diálogo e expansão de territórios a artistas, apoiadores e parceiros. Aos colecionadores, oferece diálogos ao redor da arte, estimulando o acesso e entendimento sobre o tema.

 

A Claraboia é um projeto idealizado em parceria com o grupo Almeida & Dale – que, desde 1998, vem desempenhando um papel central na promoção do legado de artistas emblemáticos e impulsionando a produção contemporânea de arte nos cenários nacional e internacional.

 

SOBRE OS CURADORES

 

Moacir dos Anjos (1963, Recife, PE) é coordenador-geral do Museu do Homem do Nordeste, Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Foi curador da 29ª Bienal de São Paulo (2010) e de importantes exposições como Cães sem Plumas (MAMAM, Recife, 2014), A Queda do Céu (Paço das Artes, São Paulo, 2015), Quem não luta tá morto. Arte democracia utopia (Museu de Arte do Rio, 2018), Língua Solta (Museu da Língua Portuguesa, São Paulo, 2021), Negros na Piscina (Pinacoteca do Ceará, Fortaleza, 2022) – as duas últimas com Fabiana Moraes –, Necrobrasiliana (Fundação Joaquim Nabuco, Recife, 2022), Mutirão – Movimento de Cultura Popular 1960–1964 (Fundação Joaquim Nabuco, Recife, 2024) e Arte Subdesenvolvida (CCBB-SP, BH, RJ e DF, 2024–2025). É autor dos livros Local/Global. Arte em Trânsito (Zahar, 2005), ArteBra Crítica (Automática/Martins Fontes, 2010), Contraditório. Arte, Globalização e Pertencimento (Cobogó, 2017) e Ataque à Indiferença. Ensaios sobre arte e política (Cobogó, 2025).

 

Priscyla Gomes (1982, São Paulo, SP) é curadora e pesquisadora formada pela FAU-USP, onde concluiu seu Mestrado e cursa seu Doutorado. É especialista em Filosofia da Arte pela PUC. Foi curadora sênior do Instituto Tomie Ohtake (ITO) e integrou seu Núcleo de Curadoria (2013-2023). Curou diversas mostras, sendo as mais recentes: Andy Warhol: Pop Art! [2025, MAB-FAAP], Meu quintal é maior que o mundo [2025, Casa Triângulo, SP], Hiromi Nagakura até a Amazônia, com Ailton Krenak [2024-25, MIS Ceará, CCBB-RJ, DF e BH; Tomie Ohtake, SP], Vânia Mignone: De tudo se faz canção [2023-24, Tomie Ohtake, SP e P. das Artes, BH]. Organizou diversos livros e publicações, sendo o mais recente Tomie (2022), finalista do Jabuti em 2023. Em 2020, ganhou o Prêmio Jabuti na categoria “Artes”.

 

TERRA

 

24 de maio a 26 de julho, 2025

 

segunda a sexta: 10h–19h

 

sábado: 11h–15h

 

CLARABOIA

 

Al. Gabriel Monteiro da Silva, 2906

Jardim América, São Paulo