
A diminuição da temperatura tem aumentado a procura por drinks mais encorpados, e bares ajustam suas cartas para acompanhar a mudança no comportamento dos consumidores
Com a proximidade do inverno, o consumo de bebidas alcoólicas muda de perfil em bares e restaurantes de diferentes regiões do país. O que antes era dominado por chopes gelados e drinks cítricos mais leves passa a dar lugar a coquetéis com destilados mais intensos e sabores que remetem a aquecimento — como whisky, vodka de canela e especiarias.
A mudança no comportamento do consumidor não é apenas perceptível nas mesas, mas também nas estatísticas. Segundo o Janela Bar,maior rede de coquetelaria do Brasil, as vendas de coquetéis crescem até 19% durante o inverno, impulsionadas principalmente por uma migração do chope para drinks mais encorpados. Essa substituição representa, sozinha, um aumento de 12% no volume de drinks consumidos no período.
“É uma mudança clara. O frio convida à permanência, ao conforto, e isso se traduz na escolha do que se bebe”, comenta Gustavo de Paiva, CMO da rede, que movimenta cerca de 40 mil drinks por mês.
A demanda por sabores que trazem uma sensação de “aquecimento” impulsiona criações que combinam ingredientes intensos com bases tropicais. Paiva cita como exemplos drinks à base de vodka de canela, gengibre e frutas cítricas, como o maracujá ou a tangerina. “Mesmo quando há mudança no destilado, mantemos essa pegada frutada que funciona bem o ano inteiro”, explica.
Receitas da casa e que já são sucesso de vendas, como o Bola de Fogo (vodka de canela, maracujá, limão e gengibre), o Highlander (whisky, tangerina, limão e gengibre), além de releituras de clássicos como o Negroni e o Moscow Mule tendem a subir nas vendas entre junho e agosto.”Além deles, o Irlandês Voador, à base de whisky, também se beneficia da busca por bebidas mais “aquecedoras” no período de frio”, explica.
Regionalismos e tradição: do quentão aos shots
Em algumas regiões, há espaço até para a tradição: o quentão, por exemplo, entra no cardápio durante o inverno em várias cidades onde a rede atua, com base de vinho no Sul e de cachaça no Sudeste. “A gente percebe que há espaço para combinações afetivas também. A bebida quente carrega memória e afeto e está no nosso cardápio durante todo o mês de junho”, diz Paiva.
Além dos coquetéis longos, os shots com sabores mais intensos ganham destaque — como os à base de canela e pimenta. A marca também observa que, mesmo no inverno, há uma forte preferência por drinks tropicais com pequenas adaptações no destilado, o que mostra uma identidade de consumo que não se perde com a queda das temperaturas.
A base comportamental da nova geração ainda se reflete nas escolhas etílicas durante essa mudança sazonal, um padrão maior de comportamento urbano, especialmente em cidades com vida noturna ativa. “É quando as pessoas ficam mais tempo nos bares, sentam para conversar, consomem mais lentamente — e isso valoriza drinks mais elaborados, com uma construção de sabor mais rica”, conclui o executivo.
Sobre o Janela Bar
Fundado em 2017, o Janela Bar é a maior rede de coquetelaria do Brasil. Para democratizar a coquetelaria e tornar a experiência de bons drinks acessível, o bar se destaca pela criação de receitas autorais e inovadoras, que equilibram sabor, praticidade e qualidade. Em um ambiente descontraído, o Janela Bar oferece aos clientes uma experiência única, com coquetéis que unem ingredientes frescos e combinações inusitadas, trazendo o melhor da coquetelaria para as ruas e para o dia a dia.