LANÇAMENTO | Simples Assim – A história da CEO que veio da roça, de Edna Maria Honorato “Não são poucos os atributos de uma pessoa como a Edna. É determinada, séria e competente. Tem uma cabeça voltada para as soluções e profundamente focada no cliente. Mas, se eu tivesse de definir sua índole numa única palavra, eu diria que ela é uma humanista.” | Luiza Helena Trajano São Paulo, 2021 – A caminhada inspiradora, da infância pobre à criação e ao desenvolvimento do Consórcio Magalu, é a base da biografia de Edna Maria Honorato, diretora-executiva da empresa há duas décadas. Durante a jornada, ela soube amplificar o maior ativo que possui: lidar com gente; na prática, sabe ouvir as pessoas, compreendê-las, identificar os potenciais e fragilidades, e lapidá-las como seres humanos e profissionais. Lançada pela Primavera Editorial, a obra Simples Assim – A história da CEO que veio da roça traz uma trajetória dura e espiritualmente elevada; narrado pela autora e protagonista, o livro ganha potência com os comentários e as memórias de coadjuvantes da vida rica em altos e baixos de uma executiva brasileira, que soube mudar magistralmente o rumo e a qualidade não apenas da própria existência como a de tantas outras pessoas que a cercaram. Com depoimento a José Ruy Gandra, o livro integra a curadoria Great Place to Work@. O livro traz lições preciosas de superação, de liderança e de vida. Da roça mineira para o cargo mais alto do Consórcio Luiza – do grupo Magalu, uma das organizações que mais cresce no país -, Edna Maria Honorato conta a sua trajetória, de maneira simples e delicada, sem separar a vida pessoal e profissional. Visionária, reconhece que separar a vida em caixinhas é uma fantasia. “Eu não preciso ter um coração para o trabalho, outro para chegar em casa, um terceiro para me relacionar com os amigos e um quarto para ir a um jantar”, afirma. Autêntica, desempenha papéis diferentes com uma única essência que se faz presente em cada linha do livro. Segundo Ruy Shiozawa, CEO do Great Place to Work Brasil e que assina o prefácio da obra, a narrativa é construída de forma linear, com capítulos entrecortados por depoimentos de muitas pessoas que fazem parte da vida dela. “Gostar de gente não é apenas um clichê da gestão de pessoas; é a premissa para se conectar genuinamente com os próprios times. Quando você gosta de gente, tem interesse pela parte toda – não apenas pela função -; e consegue, a partir dessa visão, extrair o melhor potencial de cada um, aumentar o engajamento e, consequentemente, promover um ambiente de trabalho confiável e acolhedor. Esse sempre foi o diferencial da gestão de Edna”, afirma Shiozawa, acrescentando que, com essa percepção muito próxima das pessoas que estão na ponta do negócio, ela consegue enxergar as melhores competências, os principais gaps e estimular a criatividade no ambiente. “Em outras palavras, ela sabe mover com maestria as peças a favor do negócio, permitindo que todos se sintam confortáveis nas melhores posições”, finaliza. TRECHOS DA OBRA | Página 21 “[…]Apesar da família humilde, tive uma infância feliz, rodeada de irmãos, primos e vizinhos. Com tanta criança, sempre havia uma briga ou outra, e o nosso castigo era apanhar abraçados, para aprender a não brigar mais. Eram os valores que meus pais podiam nos transmitir, que estavam ao alcance deles. Nossa casa não tinha banheiro. Tomávamos banho de bacia. Só tivemos chuveiro quando nos mudamos para a casa do meu avô, em 1973. Foi quando meu pai comprou uma serpentina, a qual passava por dentro do fogão a lenha, para aquecer a água de um chuveiro. A luz vinha de lamparinas a querosene espalhadas pela casa modesta de quatro quartos, sala, cozinha e o “salão” (um espaço entre a cozinha e sala). Depois meu pai comprou lampiões de gás, que eram muito pouco usados, pois o gás já era caro naquele tempo.” Página 27 “[…] Assim segui até o quarto ano primário, quando, com 10 para 11 anos, mudei-me para a casa de uma senhora que costurava para fora. Era a dona Georgeta, casada com o senhor Antonio Notti. À noite, ele gostava de jogar truco com os amigos, e eu tinha de ficar ao lado deles, na mesa da jogatina, para servir água e café. No dia seguinte, precisava acordar bem cedo para regar um quintal enorme – algo como uns 12 por 50 metros, com jardim e horta – antes de ir para a aula às 7h. Essa senhora foi muito exigente comigo. Eu tinha que ajudá-la a arrematar todas as suas costuras e, praticamente todos os dias, me dava de almoço apenas arroz, feijão e molho de batatinha-inglesa.” Páginas 86 e 87 “[…] Dali em diante eu fiquei muito amiga do Marcos. Estávamos sempre juntos, pois ele era uma pessoa culta, alguém com quem eu podia conversar e aprender. Como ele era espírita, acabou me levando a algumas reuniões na Casa do Caminho e no Lar de Crianças Allan Kardec. Eu comecei a me interessar, a participar de evangelizações, a ler mais sobre o espiritismo. Comecei a estudar as obras de Kardec, Chico Xavier, Divaldo Franco, Zibia Gasparetto e outros. Foi então que comecei a encontrar respostas para as minhas angústias e os meus questionamentos. Entendi que o espiritismo não era apenas uma religião, mas sim um vasto território de estudos de natureza moral e ética. A partir daí, me firmei na doutrina espírita. Depois, ainda estudei o hinduísmo e o budismo. Uma certeza foi se desenhando na minha cabeça. Independentemente de questões como o amor incondicional e a vida eterna, a única pessoa responsável pelos meus atos sou eu. Eu tenho o livre-arbítrio para fazer as minhas escolhas, mas também sou a responsável pelos resultados. Eram as lições de meu pai se confirmando na prática. Para mim, isso foi um marco.” Páginas 123 e 124 “[…] Em São Sebastião do Paraíso, o nosso escritório funcionava em um sobrado, em cima da loja do Magazine Luiza na cidade. Os dois imóveis pertenciam ao senhor Gerson. Um dia, ele disse para o meu sócio que o Magazine Luiza queria implantar um consórcio e estava procurando uma administradora. Meu sócio foi com ele a Franca conversar com a Luiza Helena. Participavam da concorrência o Consórcio Regional, de Ribeirão Preto, o Garavelo, de Lins, ambos muito grandes, e nós, um consórcio pequenino, praticamente familiar. A Luiza Helena, muito esperta, disse ao Oswaldo que queria conhecer a sócia dele. Ele me levou ao encontro seguinte, em que ela nos disse que já estava com o pedido de autorização para a implantação do consórcio no Banco Central. Ela queria fazer a parceria com uma empresa, mas que ficasse claro que, brevemente, ela teria o seu próprio consórcio. Naquela época, a inflação era altíssima e o crédito era bem escasso. Era bem difícil vender produtos de forma parcelada, pois os juros estavam nas alturas. Nós duas conversamos, o nosso santo bateu e, por incrível que pareça, ela fechou a parceria com a gente, do pequeno Consórcio Alvorada. Imagine só a alegria.” Página 301 “[…] Na simplicidade de minha infância na roça mineira, eu achava que, para ir ao Japão, era necessário cavar um buraco no chão, fundo o bastante para que chegássemos ao outro lado do mundo. Décadas mais tarde, quando viajei pela primeira vez a Tóquio para uma premiação, descobri não só como o mundo é mesmo grande, mas também o quanto ele é repleto de oportunidades.” FICHA TÉCNICA | Título: Simples Assim – A história da CEO que veio da roça ISBN: 978-65-86119-70-1 Autora: Edna Maria Honorato Categoria: Não ficção