Com menos turistas e preços atrativos, destinos alternativos viram opção fora da alta temporada

 

Até 2040, o número de brasileiros que realizarão viagens internacionais deve aumentar 60%, chegando ao total de 2,4 bilhões. Os dados são de uma pesquisa divulgada na “Revista Tendências do Turismo 2025”, do Ministério do Turismo (Mtur) e da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), que também aponta uma mudança de comportamento dos viajantes.

 

A diversificação de destinos, com um crescente interesse por locais menos conhecidos, será uma tendência, assim como viagens em períodos de baixa temporada. A publicação revela que regiões emergentes, como partes da Indonésia, têm atraído mais atenção do que destinos tradicionais como Bali, refletindo uma mudança nas preferências dos turistas.

 

Isso se deve ao fato de que o consumidor está mais cauteloso e com maior sensibilidade ao preço. Além disso, o Mtur destaca que 63% dos turistas estão dispostos a explorar destinos alternativos, em busca de experiências mais autênticas e menos massificadas, segundo pesquisa da Expedia.

 

Diante desse cenário, é possível identificar destinos internacionais que podem ser uma boa alternativa durante a baixa temporada, quando é possível aproveitar atrações com menos turistas e com uma melhor relação custo-benefício.

 

Filipinas

 

As Filipinas são uma opção atrativa para os turistas que buscam praias paradisíacas e preços acessíveis. Formado por mais de 7 mil ilhas, o arquipélago localizado na costa sudoeste do continente asiático tem atraído turistas com suas belezas naturais e boa infraestrutura.

 

Manila é a capital e o centro cultural, econômico e administrativo do país, além de ser uma das cidades mais belas e interessantes na Ásia, de acordo com o Ministério das Relações Exteriores (MRE). Para quem prefere os luxos da vida moderna, Pasay City é lar do SM Mall of Asia, um dos maiores shoppings do mundo.

 

Em termos de custo, um levantamento do portal Melhores Destinos destaca que uma refeição em restaurantes locais pode custar cerca de R$ 20, e o transporte também é acessível, com valores que facilitam a permanência do turista no país. Para quem busca relaxar em praias e aproveitar o clima tropical, também é um bom lugar para usar um biquíni colorido, seja para tomar sol ou aproveitar a beleza das ilhas.

 

O MRE explica que a entrada no país costuma ser simples para turistas brasileiros, exigindo apenas passaporte com, pelo menos, seis meses de validade, passagens de ida e volta e o preenchimento on-line do formulário de entrada (Etravel form). Em alguns casos, as autoridades podem solicitar, ainda, comprovantes como reservas de hospedagem, carta-convite de um residente local ou prova de capacidade financeira.

 

África do Sul

 

A África do Sul passou a figurar entre os destinos internacionais mais baratos, segundo ranking divulgado pela revista Condé Nast Traveler. Além dos atrativos tradicionais da Cidade do Cabo, o país também oferece experiências de imersão na natureza, como os safáris no Kruger Park.

 

A percepção de custo acessível foi reforçada por viajantes brasileiros, como o apresentador Franklin David e o turismólogo Vitor Viana, do canal “Programa Aventureiros”. Em relato à imprensa, eles compararam os preços da África do Sul aos da Argentina e apontaram que, apesar da expectativa inicial, o destino africano se mostrou mais barato.

 

“Na Argentina, em uma refeição pagávamos cerca de R$ 80 em um bom prato, enquanto na África do Sul, em uma refeição equivalente, pagávamos cerca de R$ 35”, afirmaram os viajantes.

 

Os dois também ressaltaram a diferença no poder de compra nos países. De itens de decoração a roupas e vinhos, a dupla precisou adquirir uma mala grande para conseguir trazer os produtos adquiridos na África do Sul, enquanto na Argentina não encontraram muitos preços bons.

 

Para turistas brasileiros, outro atrativo está na facilidade de entrada: não é necessário visto para estadias de até 90 dias, de acordo com o MRE. É exigido apenas passaporte com validade mínima de três meses e, em alguns casos, bilhete de retorno e reserva de hospedagem.

 

Bulgária

 

Embora a Bulgária não seja um destino tradicionalmente popular entre os turistas brasileiros, tem ganhando destaque por sua relação custo-benefício. Como indica o portal Melhores Destinos, o país oferece belas paisagens, desde as montanhas aos mosteiros, e uma gastronomia diferenciada.

 

Além disso, o custo de vida no país é mais baixo do que em outros destinos europeus. Em Sofia, a capital, é possível encontrar boas opções de hospedagem e refeições por menos de R$ 200, segundo o portal.

 

Ao visitar o país, também vale a pena incluir na mala um biquíni cintura alta cavado para aproveitar as praias de Sunny Beach e Sozopol, no litoral do Mar Negro, que costumam atrair visitantes europeus durante o verão.

 

Com o passaporte brasileiro em mãos, é possível visitar a Bulgária sem visto, desde que a permanência não ultrapasse 90 dias.

 

Chile

 

De acordo com o Mtur, o fluxo de turistas brasileiros para o Chile aumentou expressivamente em 2024. Foram mais de 780 mil visitantes do Brasil ao longo do ano, frente aos cerca de 486 mil registrados no ano anterior. O crescimento é impulsionado, principalmente, pelas viagens de inverno, quando a neve na Cordilheira dos Andes se torna o principal atrativo.

 

No entanto, na baixa temporada, o país também pode ser uma boa alternativa. Com paisagens marcadas por montanhas, lagos e vinhedos, o Chile oferece opções de ecoturismo e enoturismo em regiões como o Valle del Maipo e o Deserto do Atacama.

 

Além disso, como faz parte do Mercosul, a viagem é facilitada pela exigência apenas de documento de identidade emitido há menos de dez anos, sem a necessidade de passaporte.