Além de dermatites e infecções de pele, contato com poças e enchentes pode transmitir leptospirose e hepatites

 

Durante o período de chuvas e enchentes, o simples ato de pisar em água acumulada nas ruas pode trazer sérios riscos à saúde. De acordo com o dermatologista Dr. José Roberto Fraga Filho, membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia e diretor clínico do Instituto Fraga de Dermatologia, a água parada é um ambiente propício para microrganismos e pode conter urina de animais infectados, especialmente ratos.

 

“A exposição à água contaminada pode causar doenças graves, como a leptospirose, que é transmitida pela urina do rato. Trata-se de uma infecção sistêmica que compromete vários órgãos e, em casos mais severos, pode levar à morte”, explica o especialista.

 

O médico também alerta para o risco de hepatites virais, que podem ser adquiridas pelo contato da pele lesionada com a água suja. “Esses vírus têm capacidade de penetrar por pequenas feridas e causar inflamações graves no fígado, um órgão essencial para o funcionamento do corpo humano”, ressalta o dermatologista.

 

Além das doenças sistêmicas, o contato com água contaminada pode afetar diretamente a pele. Segundo o Dr. Fraga, bactérias presentes nessas poças favorecem o surgimento de dermatites infecciosas, que podem evoluir para quadros mais sérios, como a erisipela, uma infecção cutânea profunda e dolorosa.

 

“A umidade e a sujeira criam condições ideais para a entrada de microrganismos na pele, especialmente se houver arranhões, picadas de inseto ou pequenas feridas. O resultado pode ser uma infecção difícil de tratar e que exige acompanhamento médico”, reforça o especialista.

 

O dermatologista recomenda evitar ao máximo o contato com água de chuva acumulada e, caso isso ocorra, lavar imediatamente a pele com água limpa e sabão. Se houver sinais de vermelhidão, coceira, febre ou dor, a orientação é procurar atendimento médico o quanto antes.