
Apresentações, cinema, oficinas, bate-papos com artistas e bonequeiros convidados integram a rica programação da mostra
Memórias Miniaturizadas – A miniaturização na trajetória da Cia Gente Falante apresenta uma linha do tempo afetiva e artística da Cia. Gente Falante, que tem uma trajetória consolidada nas artes cênicas, no segmento do teatro de animação, e que mergulha também nas artes visuais e na literatura com maestria. A exposição que abriu nos primeiros dias de novembro é uma amostragem do processo evolutivo da construção das referências do teatro de formas animadas em redução desta longeva companhia. Este projeto foi fomentado pelo Programa Funarte de Apoio a Ações Continuadas 2023 e integra a 4ª Mostra Comunidade Miniaturizada.
Partindo do princípio de que o universo nos mantém vivos e protegidos, em uma pequena partícula chamada Terra, o grupo traz a analogia para sua vivência e abre o processo do artista/bonequeiro e sua forma animada em miniatura, como interagem, como contracenam e o que é necessário para que reconheçam suas especificidades para a execução do anima – a energia emprestada de manifestação de vida e consciência do criador para a criatura. “Desde o início acreditamos que o gesto da pequena forma animada tem o tônus dos insetos, possui as fragilidades dos materiais mais delicados e requerem uma atenção muito maior do que a partitura de ações da forma animada em escala padrão ou gigante, afinal de contas é um ser minúsculo, sendo instigado pela força motriz de um ator gigante, um cidadão liliputiano, seguindo ordens físicas do seu gigante parceiro” afirmam os criadores Paulo Fontes e Eduardo Custódio.
As miniaturas foram recorrentes em toda a trajetória da Gente Falante, por identificação com esse delicado microuniverso e por também seguir os passos de duas atrizes-bonequeiras, que
cruzaram o caminho do grupo: Denise de Santos e Ismine Lima, conterrâneas, baianas como Paulo Fontes, um dos criadores da Gente Falante. “Elas mudaram a nossa rota, nosso destino, e nos apontaram as infinitas possibilidades do Teatro de Animação, nos recomendando ir à cidade de Canela e seu Festival, cheio de infindas pluralidades bonequeiras”, afirma o ator.
Desde então experimentamos através da Cia, todos os possíveis meios técnicos, hibridados e intercambiados com outros segmentos das artes, como a dança, música, animação digital, contação de histórias, publicidade, vídeo, propaganda, ilustração editorial. As miniaturas eram peças de brindes entregues para a imprensa e convidados, como peças promocionais dos espetáculos da Gente Falante e também como objetos de cena. Cartazes, ilustrações, origamis, caixinhas de costura usados em espetáculos O Grande Índio, escrito por Zuppo; O Teatro de Sombras de Ofélia, adaptado para contação de história a partir do livro de Michel Ende; Xirê das Águas – Orayeyê Ôh e Circo Minimal, dramaturgia da companhia em parceria com a atriz Liane Venturella; Caixa de Música, com Tatiana Cardoso; Teatro Si-jô, poesia haicai com manipulação de pequenos objetos e origamis, um teatro mínimo para casais de espectadores, até a abertura do mais novo espetáculo Maria Peçonha, contado com aviamentos de uma caixa de costura repleta de botões, agulhas, novelos, trapinhos de panos, bastidores de bordado, almofada de alfinetes, mais uma parceria dramatúrgica com Tatiana Cardoso.
Sobre o projeto 4ª Mostra Comunidade Miniaturizada
Em 2009, a Cia. Gente Falante almejou ser, além de um grupo teatral, também uma escola de formação de atores-manipuladores/bonequeiros. Surgiu então algo voltado para uma linguagem que pesquisavam há muitos anos, o Teatro em Miniatura. Essa linguagem deu origem aos dois espetáculos premiados de repertório da Cia Gente Falante, O Teatro de sombras de Ofélia e o Circo Minimal, assim também deu origem às pesquisas de Caixas Lambe-lambe, que são alguns dos pontos fortes da Cia. Assim, com a demanda dos alunos e suas produções, Paulo Fontes e Eduardo Custódio criaram a Mostra Comunidade Miniaturizada, um projeto de estudo e expansão das atividades, aproximando do público as atrações de teatro em redução. Espaços como o Aldeia SESC de Artes de Santa Rosa, em 2017, o Pão dos Pobres, em 2018 e, durante a COVID 19 na virtual, em parceria com a Casa da Esquina/Grupo Bagaceira/CE acolheram a mostra que chega agora em sua 4 edição no CHC Santa Casa.
Fortalecida e maior, a quarta edição terá espetáculos de teatro de Lambe-Lambe, trazendo a artista baiana Denise di Santos, mestra e criadora – ao lado de Ismine Lima – desta linguagem teatral; apresentações do Circo Minimal, da Cia Gente Falante, um circo de pequenas dimensões para oito pessoas assistirem a cada sessão; o Cine Lambe-lambe com três exibições de documentários; e, por fim, a exposição Memórias Miniaturizadas – A Miniaturização na Trajetória da Cia Gente Falante, que ocupa o espaço Múltiplos Usos, no térreo do CHC, de 1 a 30 de novembro. Um evento fomentado e realizado pelo Programa Funarte de Apoio às Ações Continuadas 2023, com interação com profissionais que criaram a linguagem e realizam essas micro delicadezas.
Programação:
20, 21 e 22 de novembro
Circo Minimal e Caixas Lambe-lambe – Átrio Centro Histórico-Cultural Santa Casa/ Andar térreo
Cine Lambe-lambe – Sala de Ação Educativa
20 de novembro
10h – Exibição Cine Lambe-lambe / Documentário Gente Falante, de Ruyter Duarte/POA/RS
10h – Circo Minimal /Pinguim Mágico – Paulo Martins Fontes – duração: 4 min (para escolas)
16h – Abertura do evento: Circo Minimal
21 de novembro
10h – Cine Lambe-lambe/ documentário As Caixeiras Cia de Bonecas, de Tatiana Reis. Brasília/DF
10h às 12h – Oficina com Niltamara Gomes – Figurinos miniaturizados
15h – Festa no Mar / Eduardo Custódio – Cia Gente Falante
15h – Tempo de Silêncio / Alessandra Maltzner
15h – Volte /Paulo Martins Fontes
15h – Os Notáveis / Anderson Gonçalves – Grupo Trupi di Trapu
15h – Vila do Amanhã / Niltamara Gomes, do Grupo Viandantes – Viamão/RS
16h – Circo Minimal / Amendoim o Menor Cão Amestrado do Mundo – com Henrique Strieder/ Cia Gente Falante
22 de novembro
10h – Exibição Cine Lambe-lambe / documentários: Festim e O que é Teatro Lambe-lambe /Grupo Girino/ MG
10h às 12h – Oficina com Niltamara Gomes – Figurinos miniaturizados.
15h – Memórias Flutuantes / Marco Marchessano – Canoas/RS
15h – O Gato Vagabundo / Marcelo Tchely, do Grupo Divina Comédia Bonecos
15h – MAX em Um Dia de Cão / Ana Fuchs
15h – A Dança do Parto / Denise di Santos – Teatro lambe-lambe /BA
15h – Balé da Coelha / Joice Rossato
16h – Circo Minimal / A Lagarta Malabarista, com Maria Carolina Aquino e Niltamara Gomes / Cia Gente Falante
17h às 18h – Colóquio com Denise di Santos / BA
18h – Confraternização com bonequeiros
Até 30 de novembro
Exposição Memórias Miniaturizadas – A Miniaturização na Trajetória da Cia Gente Falante
Sala de Exposição Múltiplos Usos 1/Térreo – Centro Histórico-Cultural Santa Casa Entrada Franca
Visitação de segunda a sábados das 8h às 18h
Apoio especial: CHC Santa Casa
Realização: Cia Gente Falante, FUNARTE, Ministério da Cultura – Governo do BRASIL, do lado do povo brasileiro
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