
No ano que em que se completam 80 anos desde o bombardeio em Hiroshima e Nagasaki, a mostra traz reflexões sobre o valor da vida e paz e a importância de transmiti-las para as próximas gerações
“Heiwa” é uma palavra em japonês que significa “paz”. Tendo esse conceito como norteador, a Japan House São Paulo apresenta a exposição “Heiwa, um apelo de paz” no mês que marca os 80 anos dos ataques nucleares às cidades de Hiroshima e Nagasaki, no final da Segunda Guerra Mundial. A mostra, em cartaz no 1° andar da instituição de 6 a 31 de agosto, reúne elementos importantes dos desdobramentos da história e convida o público a refletir sobre o valor da vida e da coexistência pacífica, além de apresentar as duas cidades atualmente, após a revitalização e reconstrução.
O famoso tsuru (ave de nome grou, em português) de origami ganhou ainda mais importância graças à história de uma menina chamada Sadako Sasaki. Diagnosticada com leucemia em decorrência da exposição à radiação, Sadako fez diversos tsurus na esperança de se curar, inspirada na lenda japonesa que diz que quem completar um senbazuru (mil tsurus) terá um desejo concedido. Infelizmente, Sadako faleceu aos 12 anos de idade, tornando-se uma das mais conhecidas hibakusha (termo japonês que significa “pessoa afetada pela bomba”). Em 2015, um dos tsurus originais feito pela própria Sadako foi doado por seu irmão para a Associação Hibakusha Brasil pela Paz, que o cedeu à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), onde encontra-se exposto para que a história de Sadako seja cada vez mais conhecida. Esse tsuru foi emprestado para a JHSP especialmente para esta exposição.
Durante todo o período expositivo, a JHSP receberá doações de tsurus, que serão enviados para o Parque Memorial da Paz de Hiroshima, onde hoje fica o Monumento à Paz das Crianças, construído após a morte de Sadako, com o intuito de confortar a alma das crianças vítimas da bomba nuclear. “Esses tsurus levam esperança ao mundo, já que, todos os anos, pessoas de várias partes do planeta dobram tsurus e os enviam a Hiroshima, onde são colocados ao redor da estátua de Sadako. No Parque, há muitos senbazuru que expressam um único pedido: a paz”, comenta a diretora cultural da Japan House São Paulo Natasha Barzaghi Geenen.
Além do tsuru de Sadako, outro destaque da mostra é a projeção de 94 desenhos criados por crianças de 6 a 15 anos de idade, de diversos países, feitos para o concurso Peaceful Towns (“Cidades Pacíficas”, em tradução livre), promovido pela ONG Mayors for Peace, que trabalha pela abolição das armas nucleares no planeta. O concurso propõe que as crianças reflitam sobre o significado da palavra paz. Na exposição serão apresentados os desenhos premiados nas edições de 2018 a 2024.
Em parceria com a Associação Hibakusha Brasil pela Paz, fundada em 1984 por imigrantes japoneses sobreviventes, a exposição também apresenta ao público um poema da hibakusha Ayako Morita, que reflete sobre as consequências da guerra e a importância da vida de uma forma sensível.
Em outro momento, são apresentadas as cidades Hiroshima e Nagasaki atualmente, evidenciando a efervescência das cidades após sua reconstrução. As imagens, cedidas pelas Associações de Turismo de ambas as cidades, estarão disponíveis para visualização do público por meio de monóculos fotográficos. Além disso, em parceria com a Organização Nacional de Turismo do Japão (JNTO), será possível conhecer como as cidades se encontram atualmente, ambas polos turísticos importantes do Japão, com amplos espaços verdes e inúmeros memoriais dedicados à paz.
Por fim, no centro da exposição “Heiwa, um apelo de paz” está uma grande instalação de origami, simulando um jardim de oleandros, criados pela artista Mari Kanegae. Símbolos de resistência, resiliência e esperança para o povo japonês, os oleandros foram as primeiras flores a brotar em Hiroshima pouco mais de um ano após os ataques nucleares, em um solo que muitos acreditavam ter se tornado impossível de ser cultivado por décadas. Contrariando as previsões, as flores colorem a cidade até hoje durante o verão, simbolizando o desabrochar de um período de tranquilidade. “No Japão, essas flores existem em diversas tonalidades, mas aqui escolhemos o branco para reforçar a mensagem de que a paz é essencial para que vidas sempre floresçam”, explica Natasha.
Tsuru pela paz
A Japan House São Paulo receberá doações de tsurus de origami exclusivamente durante o período da exposição “Heiwa, um apelo de paz”. Todos os origamis devem ser feitos em papel 15 cm x 15 cm e podem ser depositados em uma urna que estará localizada no 1º andar da instituição. Para as crianças que desejam aprender a técnica japonesa de dobraduras em papel, o Educativo da JHSP promove oficinas nos dias 17 e 31 de agosto, em dois horários: 11h e 14h. Para o público geral, haverá sessões de origami ao longo da semana – os dias e horários estarão disponíveis no site da instituição.
Serviço:
Exposição “Heiwa, um apelo de paz”
Período: de 6 a 31 de agosto 2025
Local: Japan House São Paulo, primeiro andar – Av. Paulista, 52 – São Paulo/SP
Horário de funcionamento: terça a sexta, das 10h às 18h; sábados, domingos e feriados, das 10h às 19h.
Entrada gratuita. Reservas online antecipadas (opcionais) no site.
Ação Tsuru pela Paz
Quando: de 6 a 31 de agosto 2025
Onde: primeiro andar da JHSP
Serão aceitos tsurus de origami de papel com a dimensão 15 cm X 15 cm.
Oficina Infantil // Origami: tsuru pela paz
Quando: dias 17 e 31 de agosto, às 11h e 14h
Onde: primeiro andar da JHSP
Gratuito mediante inscrição prévia pelo Hoppin. Vagas limitadas.
Sobre a Japan House São Paulo (JHSP):
A Japan House é uma iniciativa internacional com a finalidade de ampliar o conhecimento sobre a cultura japonesa da atualidade e divulgar políticas governamentais. Inaugurada em 30 de abril de 2017, a Japan House São Paulo foi a primeira a abrir suas portas, seguida pelas unidades de Londres e Los Angeles. Estabelecida como um dos principais pontos de interesse da celebrada Avenida Paulista, a JHSP destaca em sua fachada proposta pelo arquiteto Kengo Kuma, a arte japonesa do encaixe usando a madeira Hinoki. Desde 2017, a instituição promoveu mais de 48 exposições e cerca de mil eventos em áreas como arquitetura, tecnologia, gastronomia, moda e arte, para os quais recebeu mais de 4 milhões de visitantes. A oferta digital da instituição foi impulsionada e diversificada durante a Pandemia de Covid-19, atingindo mais de sete milhões de pessoas em 2020. No mesmo ano, expandiu geograficamente suas atividades para outros estados brasileiros e países da América Latina. A JHSP é certificada pelo LEED na categoria Platinum, o mais alto nível de sustentabilidade de edificações.
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