
Porto Alegre acaba de ganhar uma importante ferramenta para qualificar os espaços dedicados à primeira infância. O Guia de Arquitetura para Escolas de Educação Infantil de Porto Alegre foi desenvolvido no contexto do Projeto Infância em Construção, uma iniciativa da Prefeitura Municipal que busca, por meio de parcerias público-privadas, ampliar e qualificar a rede municipal de educação infantil.
O guia apresenta diretrizes detalhadas para o projeto de escolas com duas tipologias de capacidade: até 156 estudantes (Tipologia 1) e até 214 estudantes (Tipologia 2), considerando tanto o atendimento em período integral quanto a organização por turnos.
Mais do que um documento técnico, o guia propõe um olhar integrado entre parâmetros normativos, pesquisas interdisciplinares e a escuta qualificada de profissionais da educação e do urbanismo. A publicação orienta o planejamento de ambientes que respeitam o desenvolvimento infantil, promovem a inclusão, garantem acessibilidade e valorizam o bem-estar físico e emocional das crianças e dos adultos que habitam esses espaços.
Além de autora do guia, a arquiteta Samantha Diefenbach é responsável pelo projeto de uma das escolas do programa que será doada pelo Instituto Jama para o município. O projeto já está em andamento e está sendo desenvolvido dentro da metodologia autoral do estúdio254 centrada no usuário a partir da escuta. “O método consiste em realizar reuniões para alinhar expectativas, valores, desafios e oportunidades; identificação de necessidades e formatar estratégias claras, entregando um espaço com conforto, identidade e impacto”, ressalta. Samantha já já trabalhou na criação dos espaços no Colégio Farroupilha, em Porto Alegre.
Com linguagem acessível e estrutura organizada, o material foi pensado para dialogar com arquitetos, engenheiros, gestores públicos, consultores educacionais e tomadores de decisão. Além de diretrizes específicas para cada ambiente das escolas – como salas de referência, pátios, refeitórios e espaços de higiene – o guia também apresenta propostas de pré-dimensionamento e referências nacionais e internacionais inspiradoras, reforçando a articulação entre teoria e prática.
Ao reunir legislação, ciência e compromisso com a infância, o Espaços que Educam fortalece o debate público sobre o papel da arquitetura como agente de transformação social.