Com curadoria de José Augusto Ribeiro, mostra reúne dois grupos de trabalhos que conectam a produção do artista ao universo celestial e à esfera terrena

 

Céus e estrelas descrevem o cenário onde nasceu Santídio Pereira, no estado de Piauí, em que a escassez de luz artificial revelou universos reais e imaginários para a obra do artista. A céu aberto, nova exposição que ocupa a galeria Estação, a partir de 14 de agosto, traz dois conjuntos de obras que se diferenciam entre si, mas se conectam pelos modos de pensar e fazer a arte. De um lado, xilogravuras alusivas a céus – que incluem noites estreladas, constelações, galáxias e o cosmos – apontam para a visão do infinito, enquanto, de outro, as criações em guaches e xilos se solidificam na esfera terrena, com figurações de bromélias assentadas no ambiente concreto.

 

A mostra, com curadoria de José Augusto Ribeiro, reúne trabalhos realizados no mesmo período, de janeiro a junho de 2025.

 

O retorno à terra natal impôs a Santídio Pereira um encantamento pela sua própria história, principalmente durante a observação do céu por horas e por dias consecutivos. Essa paixão pela sua cidade de origem o faz se apropriar vigorosamente dos elementos que compõem sua trajetória artística e de vida.

 

“A paixão dele pelo Piauí, estado onde nasceu, manifesta-se em seus trabalhos recentes por meio de céus e estrelas. Ultimamente, ele tem passado longas temporadas por lá, encantado com o céu da sua pequena cidade, Isaías Coelho, onde a quase ausência de luzes urbanas propicia aquela explosão estelar de que somos privados nos grandes centros urbanos”, destaca Vilma Eid, ao apresentar a mostra A céu aberto. “Santídio sabe tudo sobre as estrelas: nomes, movimentos, composição, classificações (…) Agora, passou para as xilogravuras suas experiências estelares. São poemas colocados no papel!”.

 

De acordo com o artista, conforme relata o curador, a ideia para a realização das gravuras de céu surgiu na observação de pontos imprevistos, marcas produzidas por buracos abertos por cupim, pela impressão de matrizes com contornos cavados de folhas e florações de bromélias.

 

São imagens observadas que instigam a criatividade e norteiam as criações de Santídio Pereira desde 2021, seja por uma ou outra técnica.

 

Esta é a primeira vez que as xilogravuras remissivas a céus são exibidas e refletem uma trajetória de continuidade, ainda que com variações e desvios, mas em um percurso fluido por quase 10 anos.

 

A produção das gravuras celestes é guiada tanto pelas criações livres como pelas referenciadas em mapas astronômicos, fotografias e anotações feitas por meio de ferramentas tecnológicas guardadas no celular, que refletem a imagem observada do céu naquele determinado momento. São cenas que reproduzem regiões específicas da esfera celeste ou estudadas pelo artista, com adensamento de acontecimentos visuais, variedade de cores e tons escolhidos para a série temática, para observação próxima da obra. E cada xilogravura é autônoma e única, mas se evidencia quando o trabalho é exibido em conjunto.

 

Já as produções inspiradas no ambiente terreno – gravuras e guaches – com figurações de bromélias, mostram elementos individuais, no centro da tela, com no máximo duas cores, como a flutuar sobre a superfície da obra. São peças para observação à distância em que se evidenciam os contornos na superfície, linha e cor e formas e volumes.

 

Sobre o artista

 

Depois das exposições coletivas na Fondation Cartier em Paris e Milão, na China e nos EUA, e individuais em Paris, Nova York e Punta del Este, Santídio Pereira volta às origens. Após passar uma temporada no Piauí, onde nasceu, e que deixou nos anos 2000, inspirou-se no céu de Isaías Coelho, sua cidade natal, para criar obras que incluem noites estreladas, constelações, galáxias e o cosmos. No contraponto, criou uma série das tradicionais bromélias, assentadas no ambiente concreto. Desde criança, Santídio Pereira (Isaías Coelho-Piauí, 1996) está ligado às artes. Xilogravador, gravurista e pintor, executa sua obra em temáticas relacionadas à fauna e à flora da Mata Atlântica e da Caatinga do Piauí, região onde passou a primeira infância; além de paisagens, personagens e objetos que remetem à memória afetiva. Mudou-se para a capital paulista em 2002. Sua primeira exposição individual foi em 2016, na galeria Estação.

 

Serviço

 

A céu aberto – Santídio Pereira

 

Abertura: 14 de agosto às 18h

 

Período expositivo: 14/08 a 04/10

 

Local: Galeria Estação

 

Endereço: Rua Ferreira de Araújo, 625 – Pinheiros – São Paulo-SP

 

Telefone: 11 3813-7253

 

Horário de visitação: segunda a sexta: das 11h às 19h | sábados: das 11h às 15h

 

Entrada gratuita

 

 

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