
4 curiosidades sobre os povos originários do Brasil para você conhecer
Celebrado em 22 de agosto, o Dia do Folclore costuma ser lembrado por personagens como Saci, Curupira e Boto-cor-de-rosa. O que muitos não percebem é que boa parte dessas figuras tem origem ou inspiração direta nas tradições, narrativas e visões de mundo dos povos originários do Brasil. Antes mesmo de serem mitos populares, eram histórias contadas ao redor do fogo, rituais de passagem, alertas da floresta ou símbolos de espiritualidade que atravessaram gerações e moldaram o imaginário nacional.
Para lançar um olhar mais profundo sobre essa conexão entre folclore e ancestralidade, a Britannica Education reuniu curiosidades sobre quatro povos originários que seguem vivos em seus saberes, línguas e cosmologias: os Guarani, com sua relação sagrada com a terra; os Tikuna, guardiões de mitos de criação e transformação; os Xavante, com suas cerimônias de fortalecimento coletivo; e os Yanomami, cuja espiritualidade está intrinsecamente ligada à floresta. Confira!
A língua Guarani é uma das mais faladas no Paraguai
Os Guarani são um povo originário da América do Sul, com presença marcante no Paraguai e em partes do Brasil, como Argentina e Bolívia. Sua língua é uma das mais faladas entre os povos indígenas do continente e, no Paraguai, tem status oficial ao lado do espanhol. De acordo com Britannica School, o Paraguai moderno ainda preserva fortemente a herança Guarani, e mais paraguaios falam e compreendem o guarani do que o espanhol.
Segundo dados divulgados em 2023 pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) do Paraguai, 34,3% dos entrevistados afirmaram usar guarani e espanhol com igual frequência nas conversas em casa, enquanto 32,6% indicaram que o guarani é o idioma predominante. Assim, considerando a população com 5 anos ou mais, 97,3% utilizam pelo menos os dois idiomas.
Os Tikuna produzem arte cerimonial com casca de árvore
Entre os Tikuna, também chamados de Tucuna, vivem em regiões da Amazônia no Brasil, Peru e Colômbia, a relação com a natureza ultrapassa a sobrevivência física. Ela é expressa também na arte ritual. O povo domina uma técnica ancestral de produção do chamado bark cloth, um tecido feito a partir da casca de árvores, utilizado para confeccionar máscaras e figuras cerimoniais de animais.
De acordo com a Britannica School, eles são habilidosos na arte de fabricar e utilizar o bark cloth, a partir do qual produzem máscaras cerimoniais e grandes figuras de animais. Esses elementos são usados em rituais de passagem e em celebrações da coletividade, expressando cosmovisões, ancestralidade e respeito pela floresta.
Os Xavante constroem suas aldeias em formato de ferradura
De acordo com Britannica School, é um grupo indígena brasileiro que fala Xavante, uma língua da família linguística Macro-Jê. Os Xavante, que somavam cerca de 10.000 no início do século XXI, vivem no extremo sudeste do estado de Mato Grosso , entre o Rio das Mortes e o Rio Araguaia, em uma região de cerrado de terras altas entremeada por estreitas faixas de floresta que correm ao longo dos rios. Os Xavante e os Xerénte ( qv ) intimamente relacionados viveram outrora ao longo do Rio Tocantins, em Goiás, mas a pressão dos colonizadores brasileiros na década de 1840 fez com que os Xavante se mudassem para sua terra natal atual.
Os Xavantes vivem em aldeias temporárias em forma de ferradura na savana. Essa configuração das aldeias reflete uma organização territorial e a forma como os Xavante entendem o mundo e os vínculos entre os membros da comunidade. O espaço aberto no centro da ferradura é fundamental para rituais e atividades coletivas, fortalecendo os laços sociais e a transmissão de saberes tradicionais.
Além disso, a escolha desse formato favorece a proteção contra ameaças externas e facilita a comunicação interna, demonstrando conexão entre a organização física do espaço e a vida comunitária.
Entre os Yanomami, as cinzas dos mortos viram bebida sagrada
Segundo Britannica School, Yanomami, também escrito Yanomami ou Yanoamö , são indígenas sul-americanos, falantes de uma língua Xirianá, que vivem na remota floresta da bacia do rio Orinoco, no sul da Venezuela, e no extremo norte da bacia do rio Amazonas , no norte do Brasil . No início do século XXI, os Yanomami provavelmente somavam cerca de 32.000 indivíduos em toda a sua área de distribuição.
Na década de 1990, o modo de vida e até mesmo a sobrevivência contínua dos Yanomami foram ameaçados pelas incursões de garimpeiros brasileiros em seu território no estado brasileiro de Roraima. Em 1991, o governo brasileiro reservou uma área de cerca de 36.000 milhas quadradas (93.240 km²) — cerca de 30% de seu território ancestral, como pátria para os Yanomami, mas no início do século XXI o compromisso governamental com a aplicação de limites permaneceu intermitente, na melhor das hipóteses.
Uma das tradições deste povo está em transformar as cinzas dos falecidos em bebidas sagradas, um costume que integra um dos rituais mais emblemáticos da cultura Yanomami. Após a cremação, as cinzas do falecido são misturadas a uma bebida e ingeridas pelos parentes próximos. O gesto representa uma conexão espiritual com o ente perdido, reforçando sua presença simbólica na coletividade. Além disso, acredita-se que o consumo fortalece os vivos contra doenças.
Esse ritual sintetiza a profunda relação que os Yanomami mantêm com seus mortos e revela uma visão de mundo em que o coletivo se sobrepõe ao individual, e a vida não se encerra com a morte, mas se transforma em presença contínua.
Sobre a Britannica Education
A Britannica Education é a divisão educacional da Enciclopedia Britannica, dedicada a transformar o aprendizado por meio de soluções inovadoras baseadas em tecnologia. Com mais de 250 anos de expertise na produção de conteúdo editorial, a empresa consolidou-se como referência global em educação digital, oferecendo plataformas interativas e conteúdos seguros para instituições de ensino, educadores e alunos em todo o mundo.
No Brasil, a Britannica Education desenvolve soluções alinhadas à Base Nacional Comum Curricular (BNCC), garantindo materiais educativos adaptados às necessidades do ensino local. Suas plataformas atendem escolas públicas e privadas, incluindo a rede estadual de Minas Gerais, que disponibiliza acesso às soluções do Britannica para 1,6 milhão de alunos. Além disso, parcerias com instituições como a Rede CNA e o Grupo Eleva, Pueri Domus e Avenues reforçam seu compromisso com a educação de qualidade. A empresa também investe no letramento digital de educadores, promovendo capacitações para o uso eficiente da tecnologia na sala de aula.
Com um legado de inovação e compromisso com a excelência, a Britannica Education segue ampliando seu impacto na educação global, garantindo acesso a conhecimento seguro, profundo e confiável e promovendo a transformação digital do ensino.