Grandes players globais já se movimentam voluntariamente para se adaptar e empresas brasileiras exportadoras devem seguir o exemplo para garantir acesso a esse mercado

 

A indústria global de alimentos e bebidas está passando por uma transformação significativa em direção à substituição gradativa dos corantes artificiais por alternativas naturais. Esse movimento ganhou fôlego após anúncio sobre intenção de proibir o uso de corantes artificiais em alimentos e bebidas nos Estados Unidos, até o final de 2026, medida proposta pela Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA, da sigla em inglês).

 

A FDA é a agência do governo norte-americano responsável pela segurança e eficácia de alimentos, medicamentos, cosméticos, produtos biológicos, equipamentos médicos, produtos que emitem radiação e derivados do sangue.

 

O processo de eliminação será gradual e impactará, principalmente, os corantes sintéticos derivados de petróleo, como a Eritrosina (vermelho 3), Allura Red (vermelho 40), Tartrazina (amarelo 5), Amarelo Crepúsculo (amarelo 6), Azul Brilhante FCF (azul 1) e Indigotina (azul 2). A confirmação dessa decisão nos Estados Unidos (EUA) obrigará fabricantes a reformular a composição de produtos, em transição para coloração a partir de fontes naturais.

 

Mais do que um desafio regulatório, esse cenário apresenta oportunidade estratégica para marcas que desejam se alinhar a novas demandas do consumidor. Segundo o “Relatório Innova 2025 – Top Health and Nutrition Trends”, 62% dos consumidores em todo o mundo acreditam que escolher alimentos naturais é a melhor forma de manter uma dieta saudável. O documento elaborado pela Innova Market Insights aponta ainda que ingredientes descritos como “naturais” são mais aceitos e geram maior confiança, enquanto os aditivos artificiais enfrentam rejeição crescente.

 

Já uma pesquisa recém-lançada pela Oterra, maior produtora mundial de corantes naturais e sustentáveis para alimentos e bebidas, revela que mais de 75% dos consumidores dos EUA estão preocupados de alguma forma sobre ter em suas mesas alimentos e bebidas contendo corantes artificiais.

 

Não à toa, grandes players globais fizeram, recentemente, anúncios voluntários sobre mudanças em suas formulações. A Pepsico relançará duas de suas marcas icônicas, Lay’s e Tostitos, sem corantes artificiais até o final de 2025 e também pretende lançar uma linha de Cheetos e Doritos sem corantes artificiais. Na mesma linha, a Nestlé afirmou que removerá corantes sintéticos de seu portfólio de alimentos e bebidas nos EUA até meados de 2026, e reforçou que mais de 90% de seu portfólio atual nas gôndolas do país não incluem corantes sintéticos.

 

A General Mills também declarou que eliminará gradualmente os corantes certificados de todos os seus cereais e alimentos servidos em escolas norte-americanas até 2026 e que pretende estender essa decisão a todo o portfólio de varejo até o fim de 2027. Já a Kraft Heinz se comprometeu a não lançar novos itens que contenham corantes sintéticos e informou que banirá por completo os corantes artificiais de todos os seus produtos vendidos nos EUA até o fim de 2027.

 

As mudanças em andamento nos EUA também tracionam a necessidade de aceleração na adaptação por parte das empresas brasileiras exportadoras, que desejam continuar vendendo para o maior mercado consumidor do mundo. De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), os EUA são o principal destino de investimentos produtivos do Brasil no exterior, com o setor de alimentos e bebidas sendo o mais presente, concentrando 22,8% dos recursos, que totalizaram US$ 22 bilhões em 2024.

 

Nesse sentido, a gerente global de Marketing da Oterra, Stella Munhoz, destaca que já estão disponíveis para o mercado alternativas de coloração naturais que oferecem cores tão intensas quanto os aditivos sintéticos. “Nosso portfólio oferece inúmeras possibilidades para alcançar a mesma atratividade visual, com condições técnicas de aplicação muito favoráveis. As cores naturais proporcionam resultados vibrantes e estáveis para diversas categorias, incluindo confeitos, bebidas e snacks, bem como produtos lácteos e de panificação. As empresas que saírem na frente no processo de transição terão vantagem competitiva em um mercado globalizado cada vez mais consciente e ávido por novas experiências”, enfatiza Stella.

 

Sobre Oterra

 

A Oterra é a maior produtora global de corantes naturais e sustentáveis para alimentos, bebidas e suplementos alimentares, bem como para alimentação no mercado pet. O primeiro corante foi lançado em 1876 na Dinamarca e, ao longo de sua trajetória, consolidou liderança no segmento por meio de grande foco em pesquisa e desenvolvimento, além de máxima expertise na aplicação de suas soluções. A organização está presente em 27 países com unidades de produção, laboratórios e escritórios e seu portfólio chega a 112 países em todo o mundo para atender a demanda dos consumidores por alimentos seguros, sustentáveis e naturais.

 

Ninguém conhece as cores como a natureza e ninguém conhece as cores da natureza como a Oterra.