Seminário em parceria com a UFRGS reúne artistas, docentes e pesquisadores de todo o país em Porto Alegre

 

Além de uma intensa programação de espetáculos, o 19º Festival Palco Giratório Sesc em Porto Alegre reafirma seu compromisso com a educação e a difusão do conhecimento por meio de um robusto eixo formativo. As atividades educacionais do evento acontecem em diversos espaços culturais de Porto Alegre, com acesso gratuito ao público interessado. Um dos destaques desta edição é a realização do 6º Seminário Palco Giratório, promovido em parceria com o Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas e com o Departamento de Arte Dramática da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS. O seminário reúne artistas, docentes e estudantes para debater os modos de criação, os processos colaborativos e os desafios contemporâneos da cena teatral.

 

“As ações formativas do Festival, como oficinas, debates, bate-papos, exposições, encontros mediados e intercâmbios artísticos, são pensadas como desdobramentos da programação, promovendo o diálogo entre criadores, pesquisadores, estudantes e espectadores. A proposta é fomentar reflexões sobre as artes cênicas e suas intersecções com temas sociais, políticos e pedagógicos, valorizando a diversidade de experiências e saberes oriundos de diferentes territórios”, comenta Luciana Stello, gerente de Cultura do Sesc/RS.

 

Nesta edição, o encontro será aberto à comunidade em geral, com certificação emitida pelo Sesc/RS e pela Universidade para quem atingir o mínimo de 75% de presença. A atividade também é oferecida como disciplina do Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas, para alunos de Mestrado e Doutorado, e constitui atividade de Extensão em disciplinas obrigatórias da graduação em Teatro. Com isso, o evento fortalece o diálogo entre campo profissional das artes cênicas e academia, valorizando as experiências híbridas entre criação, ensino, extensão e pesquisa.

 

Com o tema “Comunidade, Coletividade – Fazeres da Cena nos Desafios do Tempo”, o evento convida artistas, docentes, pesquisadores e o público em geral a refletir sobre práticas colaborativas e experiências cênicas transformadoras. A proposta é colocar em foco temas como acessibilidade, escola, cultura urbana, território e encantamento como motor de criação artística. A abertura do seminário acontece na segunda-feira, 26 de maio, das 14h às 17h, na Zona Cultural, com a mesa “Coletividade, Comunidade, Mundo: Só Somos se Nós”, reunindo a encenadora Patricia Fagundes, o bailarino e mestre-sala Pablo Sena e a atriz e pesquisadora Soraya Martins Patrocínio, com mediação do pesquisador Narciso Telles. O encontro discute noções de coletividade e práticas culturais que resistem à lógica individualista, como o carnaval e o aquilombamento, e conta com performance do grupo As Batucas.

 

Na terça-feira, 27 de maio, também na Zona Cultural, o debate “Compartilhar: Acessibilidade na Cena” propõe uma conversa sobre diversidade de corpos e inclusão nas artes. Participam a audiodescritora Letícia Schwarts, o especialista em acessibilidade cultural Rafael Braz, o professor e poeta Cláudio Mourão e a performer Estela Lapponi, com mediação da professora Marcia Berselli. Na sequência, às 17h, ocorre o lançamento do livro “Corpo Intruso”, de Estela Lapponi, no mesmo local.

 

Na quarta-feira, 28 de maio, o seminário aborda as práticas cênicas dentro da escola com o encontro “Escola como Lugar de Criação”. Estarão presentes a professora e artista Dedy Ricardo, o ator e docente Carlos Modinger e o pesquisador Tom Menegaz, sob mediação da professora Vera Bertoni. A performance é realizada por estudantes do Colégio de Aplicação da UFRGS. O seminário segue na quinta-feira, 29 de maio, com a mesa “Ocupações e Invenções da Cena: Na Trama da Cidade”, que discute as artes cênicas na relação com o espaço urbano. Participam o professor e urbanista Eber Marzulo, os artistas da dança e do teatro Jorge Alencar e Neto Machado, e a cineasta e curadora indígena Barbara Matias Kariri. A mediação é da professora Luciene Guedes, e a performance é do coletivo de danças urbanas My House.

 

Na sexta-feira, 30 de maio, o historiador e compositor Luiz Antônio Simas comanda a mesa “Na Esquina: A Cultura das Ruas como Experiência Inventiva”, ao lado do mediador Narciso Telles. O encontro propõe um olhar sobre as tradições populares e os saberes que brotam dos contextos urbanos. A atividade conta com performance da cantora e arte-educadora Pâmela Amaro. Encerrando o seminário, no sábado, 31 de maio, às 16h, o público está convidado para uma aula aberta com Luiz Antônio Simas, no tradicional Boteco do Paulista, no Centro Histórico. Inspirada nas aulas públicas promovidas em bares e praças do Rio de Janeiro, a atividade aproxima saberes acadêmicos e populares em um ambiente informal e acessível.

 

“É preciso nadar contra a corrente. Reunir-se, pensar junto, criar em coletivo é um gesto de resistência e reinvenção. Neste seminário, buscamos refletir sobre como nossos saberes podem colaborar diante dos desafios urgentes de um mundo sob ameaça”, afirma Jane Schoninger, coordenadora de Artes Cênicas, Visuais e Arte Educação do Sesc/RS. A programação completa está disponível no site www.sesc-rs.com.br/palcogiratorio e as inscrições podem ser feitas pelo www.even3.com.br/seminariopalcogiratorio, limitadas a 80 participantes presencialmente e 800 online. Quem participar das atividades de maneira remota, poderá acompanhar simultaneamente a programação pelo link www.even3.com.br/seminariopalcogiratorio.

 

Grandes nomes das artes ministram oficinas gratuitas

 

A programação das atividades formativas conta, também, com um ciclo de oficinas, reunindo artistas e coletivos para debater e vivenciar práticas diversas nas artes cênicas. As atividades gratuitas exploram dramaturgia, dança, teatro acessível, arte tátil, cultura afrocentrada, teatro para pessoas trans, curadoria e muito mais, com inscrições abertas e vagas limitadas.

 

A residência artística “Micélios Afetivos – Corpos que Sustentam”, liderada por Kanauã Nharu, promove práticas de Contato Improvisação para pessoas LGBTQIA+ entre 27 e 29 de maio, valorizando corpo, afeto e resistência em um ambiente inclusivo. Para profissionais das artes cênicas, há oficinas especializadas como “Oficina de Dança e Palhaç@”, promovida pela Cia Gente Falante e Lamira Artes Cênicas, e “Do Jazz ao Funk – O Futuro é Ancestral”, ministrada por Syl Rodrigues, que resgata e celebra fundamentos das danças afrodiaspóricas, ampliando o diálogo com a cultura negra.

 

A curadoria em artes cênicas é abordada na oficina “Curadoria em Artes Cênicas: conceitos, práticas artísticas, perspectivas de mediação e colaboração”, com o curador Felipe de Assis, que discute o papel do curador no sistema artístico e nos festivais. Outras atividades incluem debates e rodas de conversa sobre a cultura hip hop, teatro acessível e arte pública, reunindo profissionais que compartilham saberes e experiências para fomentar uma cena artística mais diversa, inclusiva e conectada com questões sociais e culturais contemporâneas.

 

As inscrições para as oficinas estão disponíveis no site www.sesc-rs.com.br/palcogiratorio. As vagas são limitadas e preenchidas por ordem de inscrição.

 

Programação – 6º Seminário Palco Giratório

 

Inscrições: No site www.sesc-rs.com.br/palcogiratorio

 

Coletividade, comunidade, mundo: só somos se nós

 

Data: 26/05 (segunda-feira)

 

Horário: 14 às 17h

 

Local: Zona Cultural (Av. Alberto Bins, 900)

 

Compartilhar: acessibilidade na cena

 

Data: 27/05 (terça-feira)

 

Horário: 14 às 17h

 

Local: Zona Cultural (Av. Alberto Bins, 900)

 

Escola como lugar de criação

 

Data: 28/05 (quarta-feira)

 

Horário: 14 às 17h

 

Local: Zona Cultural (Av. Alberto Bins, 900)

 

Ocupações e invenções da cena: na trama da cidade

 

Data: 29/05 (quinta-feira)

 

Horário: 14 às 17h

 

Local: Zona Cultural (Av. Alberto Bins, 900)

 

Na esquina: a cultura das ruas como experiência inventiva

 

Data: 30/05 (sexta-feira)

 

Horário: 14 às 17h

 

Local: Zona Cultural (Av. Alberto Bins, 900)